Correio Braziliense
- 30/07/2016
O desemprego se alastrou de tal forma que nem o setor
público está sendo poupado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mostram que, nos 12 meses terminados em junho, prefeituras,
governos estaduais e a União demitiram 155 mil pessoas. A maioria delas regidas
pela CLT, ou seja, sem estabilidade.
O setor público está dispensando, principalmente, pessoas
que ocupam cargos comissionados. Segundo José Matias-Pereira, professor de
administração pública da Universidade de Brasília (UnB), o número de empregados
deve recuar ainda mais. "Com a crise fiscal, os gestores tendem buscar uma
rigidez, até devido a LRF", destacou.
Apesar das demissões, o rendimento médio dos funcionários
públicos aumentou 2,1% nos últimos 12 meses. O salário médio ficou em R$ 3.137
no trimestre que vai de abril a junho de 2016, contra R$ 3.074 no mesmo período
do ano passado.
Para Matias-Pereira, a alta se deve às correções salariais
feitas acima da inflação pelos governos federal, estaduais e municipais.
"Num contexto de crise, esses reajustes acabam se refletindo nesses dados.
Mas, em determinado momento, os administradores vão ter que fazer as reformas
necessárias para que o setor público funcione de forma eficiente",
observou.