Blog do Vicente
- 11/07/2016
A impaciência tomou conta do funcionalismo público diante da
demora para a aprovação dos reajustes acertados ainda no governo de Dilma
Rousseff e sancionados por Michel Temer. Uma onda de greves está se formando e
pode causar sérios transtornos ao governo e, sobretudo, à população.
Hoje, os técnicos do Banco Central cruzaram os braços. A
paralisação durará 48 hora. Na quinta-feira, será a vez de os funcionários da
Receita Federal suspenderem as atividades. No caso deles, o projeto prevendo
reajustes sequer foi encaminhado ao Congresso.
Também está azedo o clima entre os analistas do BC, que já
expressaram o descontentamento em relação à demora do reajuste. A gritaria já
encontrou eco entre advogados federais, policiais federais e servidores da
Controladoria-Geral da União. Há o risco de o chamado carreirão, que engloba o
baixo clero do funcionalismo, embarcar na onda.
Os projetos encaminhados por Temer e aprovados pela Câmara
ainda estão tramitando no Senado, que fará sua última votação, antes do
recessão branco, na quarta-feira. Os aumentos dos servidores ainda precisam
passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para ir a plenário. Como
houve mudanças em vários projetos, eles terão que voltar à Câmara.
O governo, assustado com a repercussão da aprovação dos
reajustes do servidores na Câmara, está segurando o envio de outros projetos ao
Congresso, como os que garantem aumentos aos funcionários da Receita, da
Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Temer disse que avalizou os reajustes aprovados porque não
queria confusão com o funcionalismo, sempre disposto a parar a máquina pública.
Pois os problemas que ele queria evitar estão se agigantando e prontos para
invadir o Palácio do Planalto. Não será fácil a vida do presidente interino nos
próximos dias.