Diário de Pernambuco
- 12/07/2016
Uma onda de greves toma conta da Esplanada. A demora do
Senado em aprovar aumento de uma parcela de servidores e a recusa do Palácio do
Planalto em enviar outros projetos de lei com reajuste salarial para nove
carreiras que assinaram acordo no apagar das luzes da antiga gestão criaram um
barril de pólvora. Era exatamente o que o presidente interino Michel Temer
queria evitar ao ir pessoalmente ao Congresso, no início do mês.
Porém, em meio
à reação negativa do mercado com a expansão nos gastos públicos, o processo
empacou. Indignados, os auditores-fiscais da Receita Federal decidiram, em
assembleia neste final de semana, cruzar os braços duas vezes por semana. O
prejuízo à sociedade, a cada dia que a categoria fica parada, é de
aproximadamente R$ 1,5 bilhão, segundo cálculos do Sindicato Nacional
(Sindifisco).
"Foi aprovada paralisação total às terças e
quintas-feiras. Nos outros dias, faremos operação padrão (fiscalização mais
rigorosa na liberação de cargas e bagagens nas aduanas, portos e
aeroportos)", contou Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco. Esse
movimento permanece, disse, até que o governo cumpra os acordos salariais.
Os técnicos do Banco Central entraram em greve, por 48
horas, desde ontem. Hoje, recebem o apoio dos analistas e fazem um ato de
protesto conjunto em frente às sedes do órgão, às 9h30, em todo o Brasil.
Depois, seguirão ao Senado, para impedir emendas ao Projeto de Lei da Câmara
(PLC) 36/2016 - além do reajuste salarial, traz no texto a modificação do
critério de acesso ao cargo de técnico, de nível médio para nível superior.