BSPF - 08/09/2016
Categoria havia adotado a paralisação em protesto à falta de
isonomia entre as carreiras federais, principalmente com a Receita Federal
Os servidores do Tesouro Nacional aprovaram, em assembleia
realizada na manhã desta quinta-feira, o fim da greve deflagrada no início de
agosto, mas a retomada dos trabalhos deve ocorrer em ritmo mais lento que o
normal, em uma espécie de "operação padrão". A categoria havia
adotado a paralisação em protesto à falta de isonomia entre as carreiras
federais, principalmente com a Receita Federal, que foi contemplada com os
reajustes acordados e a criação de um bônus de eficiência.
O Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos de Finanças e
Controle (Unacon Sindical), que representa a categoria, já sinalizou que a
mobilização por isonomia entre as carreiras vai continuar.
— Não vamos dar sossego à Ana Paula (Vescovi, secretária do
Tesouro Nacional) enquanto não solucionar a questão — disse o presidente da
entidade, Rudinei Marques.
Segundo Marques, os servidores "deram um voto de
confiança" aos gestores do Tesouro, que sinalizaram com uma reestruturação
de carreira no órgão, a exemplo do que foi feito na Receita. Com isso, os
níveis de cargos serão reduzidos de 13 para nove, e haverá regras próprias da
categoria para a progressão de cargos. A expectativa agora é pelo envio de um
projeto de lei para oficializar os termos.
— A proposta dos subsecretários mostra mais disposição de
diálogo do que traz respostas. Mas os servidores resolveram dar voto de
confiança à administração — disse o presidente da Unacon Sindical.
Para ele, a ausência de isonomia serviu apenas para reeditar
disputas internas e resultou em um clima de "desprestígio" entre os
funcionários do Tesouro.
Em busca justamente da equiparação com os ganhos dos
auditores fiscais, 95 dos 123 gerentes do Tesouro entregaram seus cargos em 16
de agosto. Desde então, houve impactos relevantes na operação da STN, com
mudança nos horários de operação do Tesouro Direto e adiamento em publicações,
como a do relatório da Dívida Pública referente a julho, ainda não divulgado.
O sindicato preferiu não listar quais operações serão
normalizadas, mas adiantou que "prazos legais serão respeitados". O
Tesouro ainda fará um balanço dos impactos.
Fonte: Zero Hora (Estadão Conteúdo)