BSPF - 03/10/2016
São Paulo - Os salários médios do funcionalismo público
subiram, em termos reais (acima da inflação), 33% entre janeiro de 2003
ejaneiro de 2016, enquanto na iniciativa privada esse aumento foi de 10%. O
levantamento, feito com base em cruzamento de dados oficiais pelo
con-sultorlegislativo do Senado Marcos Kohler mostram que, em 13 anos, pulou de
cerca de R$ 880 paraR$ 1.650 a disparidade média entre o que ganha um
funcionário do Estado e um profissional do setor privado.
O governo do presidente Michel Temer tenta aprovar uma
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos a fim de
atrelar o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. A medida tem por
objetivo impedir, entre outras questões, aumentos reais do crescimento da folha
de pagamento do serviço público.
O estudo comparativo de Koher, com dados compilados da
Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, mostram que o rendimento mensal médio em
12 meses do funcionário público era de R$ 2.897 no início de 2003. O
crescimento, quase linear, só registrou três quedas no período nos anos de
2004,2014 e 2016, quando atingiu R$ 3.860- alta de 33,24%. Nainicia-tiva
privada, por sua vez, o crescimento dos salários foi mais lento e menor,
subindo de R$ 2.012 no início de 2003 para R$ 2.210 emjaneiro deste ano, um
aumento de 9,84%.
Congelamento
Para o consultor, o 'Calcanhar de Aquiles' dos problemas
fiscais que a União e os estado enfrentam é a questão salarial do
funcionalismo, que causa impacto direto na previdência pública. Kohler defende
que a medida mais eficaz para acabar com os sucessivos déficits orçamentários
seria o congelamento temporário de aumentos de servidores, a fim de reduzir o
endividamento público. Uma mudança constitucional que contemplasse essa medida
seria mais simples de aprovar. Ele argumenta que há uma oposição à PEC do Teto,
alegando que vai haver redução de investimentos também nas áreas da saúde e de
educação com sua eventual introdução.
O governo tenta aprovar uma PEC que limita os gastos
públicos a fim de atrelar o avanço das despesas à inflação do ano anterior.
Fonte: Diário do Nordeste