Agência Senado
- 06/04/2017
Representantes da Segurança Pública pediram em audiência
pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
(CDH) nesta quinta-feira (6) a manutenção, no texto da reforma da Previdência
(PEC 287/2016, ainda em tramitação na Câmara dos Deputados) da aposentadoria
especial para a categoria.
A CDH discutiu as consequências da reforma para agentes,
peritos e policias de todas as áreas. A iniciativa do debate foi do senador
José Medeiros (PSD-MT). Ele disse que, muitas vezes, a aposentadoria especial
da categoria, conseguida com 25 anos de serviço se mulher e 30 anos se homem,
sem idade mínima, é apresentada de forma errada à sociedade, como se fosse um
privilégio.
— Nós precisamos debater esse assunto porque paira muitas
dúvidas sobre o tema. A população, às vezes, pensa que isso aí é mordomia,
privilégio, e é importante debater o assunto para que tudo fique claro —
afirmou.
A audiência teve a participação de associações de agentes da
segurança pública de diversas áreas. Na opinião dos expositores, os
profissionais trabalham em uma infraestrutura precária e o desgaste físico e
mental fazem parte da rotina. Na visão deles, é impossível fazer com que esses
profissionais trabalhem até os 65 anos com a mesma qualidade e resultados. Para
a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), a PEC é um desrespeito para setores
essenciais, como a educação e a segurança pública.
— A PEC não só desconhece o papel dos servidores de
segurança pública do país, como quer prejudicar a vida desses servidores
públicos. Não tem como não ter um olhar diferenciado para a carreira dos
policiais como para a carreira dos professores. Nós não estamos aqui pedindo
privilégios. Estamos aqui pedindo justiça — defendeu.
De acordo com os expositores, pesquisas recentes, como o
anuário de segurança pública mostram que a maioria dos policiais temem pela
própria vida e de seus familiares e que 38% escondem que são policiais nos
momentos fora do serviço. A reunião ainda tratou do alto índice de homicídios e
suicídios e a dificuldade que muitos servidores encontram para o acompanhamento
de doenças mentais.
Da Rádio Senado