Correio Braziliense
- 15/02/2018
A Geap, maior operadora de planos de saúde de servidores
públicos federais, tem 10 dias para suspender o reajuste de 19,94% em seus
contratos. A decisão liminar da juíza Flavia Gonçalves Moraes Alves, da 14ª
Vara Cívil do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acatou o pedido do
Sindicato dos Trabalhadores de Combate às Endemias e Saúde Preventiva
(Sint-saúde-RJ) e só vale para os funcionários filiados a essa associação.
A Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) orientou todas as filiadas a
entrarem na Justiça para que a decisão se estenda a todos. Uma audiência de
conciliação está marcada para 6 de abril. Segundo representantes da CNTSS, os
conveniados da Geap foram avisados do aumento - acima dos 13,55% autorizados
pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e sete vezes superior ao Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou 2017 em 2,95% - em 5 de janeiro.
Exclusão
A confederação
informou que, com a decisão, quem teve o desconto feito no contracheque com o
aumento, poderá receber em dobro o que pagou em excesso. O presidente da CNTSS,
Alex Oliveira Cezar, teme que o reajuste elevado promovido pela operadora
provoque a exclusão de centenas de participantes idosos. A Geap Autogestão em
Saúde informou apenas que segue, rigorosamente, a legislação. O reajuste de
19,94%, garantiu, é o menor dos últimos anos.
Suas decisões são com base em uma série de fatores, entre
eles projeção de despesa e receita para o ano de 2018, aumento do rol de
procedimentos a serem cobertos e inflação médica, bem superiores ao IPCA.
"Por ser uma autogestão sem fins lucrativos, a Geap reverte os recursos
arrecadados na assistência a seus beneficiários. As despesas são rateadas, solidariamente,
de forma a deixar mais justas as diferenças de contribuições entre as faixas
etárias", destacou. Ressaltou, ainda, que seus planos continuam a melhor
opção de custo-benefício para servidores e familiares.