BSPF - 27/05/2018
O presidente Michel Temer assinou neste sábado (26) um
decreto que autoriza as Forças Armadas e autoridades envolvidas nas ações de
desbloqueio de rodovias a requisitarem servidores públicos para conduzirem os
caminhões de grevistas.
A medida chancelada por Temer prevê que funcionários
públicos e militares das Forças Armadas com habilitação para dirigir caminhões
poderão assumir a condução de veículos que estão parados devido à greve dos
caminhoneiros – que entrou hoje em seu sexto dia.
O decreto assinado nesta tarde se soma a uma série de
investidas do governo para encerrar a paralisação que provocou crise de
desabastecimento e afetou diversos serviços em todo o País ao longo da semana.
Ainda nessa sexta-feira (25), diante do descumprimento do acordo firmado entre
o governo e lideranças de caminhoneiros pela suspensão da greve por 15 dias,
Temer convocou as Forças Armadas e forças federais de segurança para liberar
rodovias interditadas pelos grevistas.
A cúpula do governo esteve reunida neste sábado em Brasília
para discutir os próximos passos a serem dados e o ministro da Secretaria de
Governo, Carlos Marun, anunciou que a União passou a aplicar multa de R$ 100
mil por hora para as transportadoras engajadas na paralisação dos
caminhoneiros. Marun informou também que o governo tem "convicção" de
que há locaute – prática criminosa – e que a Polícia Federal já pediu a prisão
de pessoas envolvidas com a greve.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já aplicou um total de
349 multas por obstrução de via desde a última terça-feira (22). As punições,
somadas, chegam à cifra de R$ 1,7 milhão. Entidades como a Associação
Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam) e a Confederação Nacional dos
Transportadores Autônomos (CNTA) disseram, no entanto, não terem sido
notificadas sobre essas multas, conforme informou a Agência Brasil.
Governo alerta para consequências da greve na área da saúde
Uma nova reunião do governo foi convocada para o fim desta
tarde para discutir o balanço das ações colocadas em prática. O Planalto passou
a investir num tema caro à população para tentar desmobilizar os caminhoneiros
que seguem em greve: a saúde. O tema foi abordado por Marun em pronunciamento
feito ao meio-dia e passou a estampar mensagens nas redes sociais oficiais do
governo.
De acordo com o Planalto, a greve e bloqueios de rodovias
impossibilitou a entrega de equipamentos de uso contínuo para pacientes
crônicos, transplantados, oncológicos e antirretrovirais no Rio Grande do Sul.
"Prejuízos financeiros o País até recupera, mas não
podemos deixar as pessoas morrerem. A paralisação das estradas afeta o
funcionamento de serviços de saúde. Já há relatos de cancelamento de cirurgias
eletivas, riscos na realização de transplantes e restrições de atendimento nas
unidades de saúde", escreveu o governo no perfil do Planalto no Twitter.
"Algumas áreas do Brasil dependem do transporte aéreo
para realização de cirurgias de transplante de órgãos. A falta de combustível
para aviões afeta os procedimentos – fundamentais para salvar vidas – na região
Norte. Os profissionais de saúde não conseguem chegar aos postos de trabalho,
tanto pela falta de combustível em veículos próprios, quanto pelos bloqueios
nas vias e rodovias e das limitações dos transportes públicos", reforçou.
Fonte: Último Segundo - IG