BSPF - 17/06/2018
Número de pessoas com graduação e pós-graduação saiu de 48%
em 2000 para 75% em 2018
Os servidores estão cada vez mais escolarizados. Em 2000,
aproximadamente, 52% tinham até o ensino médio. O percentual caiu para 25,16%
em 2018. Em contrapartida, o pessoal com graduação e pós-graduação saiu de 48%
para 75% no período. Mas as desigualdades, embora venham caindo lentamente,
continuam uma realidade no Executivo federal. Independentemente da
escolaridade, as mulheres ganham menos que os homens.
De acordo com o estudo Informe de Pessoal, da Fundação
Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o aumento da escolaridade faz
com que a diferença diminua. Enquanto na faixa salarial de até R$ 6 mil, com
ensino fundamental, os homens ganham 24,25% a mais que as mulheres, entre os
profissionais com pós-graduação a diferença cai para 4,8%.
“Avançamos nesses 18 anos, porque o acesso por concurso
passou a exigir desempenho elevado nas provas e titulação de nível superior”,
explicou Flávio Cireno Fernandes, coordenador-geral de Ciência de Dados da
Enap. Conforme o estudo, em março de 2018, o salário nominal médio do servidor
público saltou de R$ 1.870,82 para R$ 9.738,68. Nesse item, a desigualdade
salarial entre os gêneros, entre 2000 e 2016, registrou uma queda
significativa, de 18% para 9,75%. Nos anos subsequentes, até março de 2018,
aumentou, chegando a 10,5%.
A média geral de salário esconde uma peculiaridade pouco
discutida. Embora a remuneração dos servidores seja superior à da iniciativa
privada (cerca de R$ 1,5 mil), nem todos recebem polpudos ganhos mensais. Em
média, 75% dos servidores têm salário de R$ 6.737,50. Já os 25% que estão no
topo da pirâmide, com grande poder de barganha nas negociações com o governo,
têm média salarial de R$ 18.711,76, ou 177% a mais.
Por Vera Batista
Fonte: Correio Braziliense