Jornal do Brasil
- 17/07/2018
Recentemente li um artigo de Eric Garton, escritor e
consultor americano, na "Harvard Business Review", no qual ele
refletia sobre os motivos pelos quais as grandes empresas deveriam dar ao
capital humano a mesma atenção que dedicavam ao capital financeiro.
Segundo o autor, esse era o segredo das empresas de maior sucesso do mundo (por exemplo, Google, Facebook, Nike etc.). As maiores empresas privadas do Brasil também já se deram conta de que as pessoas são o ativo mais valioso que elas têm. Não é à toa que se chama de capital humano, e este capital realmente merece ser bem cuidado. E como é valioso! Os números não mentem: as pessoas são o recurso mais escasso nas grandes empresas.
Segundo o autor, esse era o segredo das empresas de maior sucesso do mundo (por exemplo, Google, Facebook, Nike etc.). As maiores empresas privadas do Brasil também já se deram conta de que as pessoas são o ativo mais valioso que elas têm. Não é à toa que se chama de capital humano, e este capital realmente merece ser bem cuidado. E como é valioso! Os números não mentem: as pessoas são o recurso mais escasso nas grandes empresas.
Apenas 15% da força de trabalho é formado por pessoas que
fazem a diferença para o negócio. Ou seja, em uma empresa com 100 pessoas, em
média 15 são as que realmente têm um desempenho incrível. Encontrar,
desenvolver e reter esses talentos é um desafio e requer atenção. No setor
privado isso é prioridade e, por isso, algumas frases são repetidas tantas
vezes que até já viraram pressupostos: "gente boa atrai mais gente
boa" ou "é melhor ter um time excelente e uma estratégia mediana do
que o contrário". Mas por qual motivo o capital humano ainda não se tornou
uma prioridade para os governos? Não existe serviço que dependa mais de capital
humano do que o serviço público.
Existe conhecimento técnico suficiente sobre o assunto e
bons exemplos a serem seguidos. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, de
forma pioneira, realizou neste ano uma pesquisa de clima institucional para
descobrir quais são os pontos fortes e os pontos a melhorar com relação à
motivação e ao ambiente de trabalho, prática muito comum na iniciativa privada.
Os resultados dessa pesquisa geram insumos valiosos para direcionar os
trabalhos do RH público. Mas infelizmente esse tipo de iniciativa ainda é
exceção.
Falta vontade política. E a vontade só existirá quando a sociedade cobrar ações concretas de seus governantes. As pessoas pedem mais segurança, melhor educação e um sistema de saúde melhor, mas deveriam cobrar com o mesmo afinco uma gestão de gente melhor no serviço público.
Falta vontade política. E a vontade só existirá quando a sociedade cobrar ações concretas de seus governantes. As pessoas pedem mais segurança, melhor educação e um sistema de saúde melhor, mas deveriam cobrar com o mesmo afinco uma gestão de gente melhor no serviço público.
Afinal, somente teremos mais segurança, melhor educação e
saúde quando tivermos mais gente boa, motivada e bem gerida no serviço público.
Como diria Andrew Groove, famoso CEO da Intel, existem duas formas básicas de
se melhorar o desempenho de uma empresa (extensível aos governos): capacitando
os funcionários e/ou aumentando a sua motivação. Devemos fazer os dois. "A
Prefeitura de SP realizou neste ano uma pesquisa de clima institucional para
descobrir os pontos fortes e os pontos a melhorar com relação à motivação e ao
ambiente de trabalho".
Por Eloy Oliveira
Eloy Oliveira é Mestre em Administração Pública pela
Universidade de Columbia e bacharel em Direito pela UFMG