Folha de Londrina
- 27/07/2018
Pré-candidato do PSDB acredita ser possível zerar deficit
primário em dois anos
Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo
Alckmin defende um regime de Previdência único para iniciativa privada e
servidores públicos. "Hoje, altos benefícios do funcionalismo são
custeados pelo trabalhador de menor renda, com aposentadoria restrita ao teto.
Quem quiser receber mais deverá contribuir com um fundo complementar. O
objetivo da reforma previdenciária é justiça social", afirma.
Ele considera ser importante controlar o deficit público e
assegurar que o regime de metas de inflação seja respeitado. "Devemos
evitar congelamentos de preços de derivados do petróleo como fizemos no
passado", critica. "A prioridade é fazer o Brasil crescer, gerando
emprego e melhorando a renda dos brasileiros", complementa.
Para isso, de acordo com o tucano, é preciso recuperar a
confiança no País, colocando as contas em ordem. "Nossa meta é zerar o
deficit primário em dois anos e chegar a um superavit entre 2% e 2,5% ao final
do 4º ano", projeta.
Alckmin alega que o Brasil tem uma das mais elevadas dívidas
entre os países emergentes – 77% do PIB (Produto Interno Bruto). "Temos
que fazer o ajuste fiscal para manter a taxa de juros baixa, assegurar o
crescimento e fazer com que a trajetória da dívida/PIB ao longo dos próximos
anos leve a uma estabilização do endividamento público", afirma.
Para o pré-candidato, o câmbio deve ser flutuante, mas com
"ocasionais intervenções do Banco Central para evitar volatilidade
excessiva". "O Banco Central deve evitar controles e taxas fixas de
câmbio."
O tucano diz que o Estado "precisa ser menos empresário
e focar o gasto no essencial: segurança, saúde, educação". Além disso, tem
de ser reformado para servir melhor o cidadão e o contribuinte. "Nosso
programa prevê um aplicativo de avaliação de serviços prestados pelo governo a
ser preenchido pelo cidadão e a introdução da meritocracia na avaliação do
setor público."
Além de Geraldo Alckmin, a FOLHA enviou perguntas sobre
economia às assessorias dos pré-candidatos Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes
(PDT), Guilherme Boulos (Psol), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles
(PMDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Manuel D'Ávila (PcdoB) e Marina Silva (Rede).
Somente os pré-candidatos do PSDB, PMDB, Psol, e PCdoB
responderam. Todas as entrevistas foram publicadas nesta semana.
Por Nelson Bortolin