Agência Senado
- 22/08/2018
Diretora-geral aponta desafios da gestão em cenário de
redução de servidores
Num cenário de redução da força de trabalho do Senado — de 3
mil servidores para 2,2 mil em cinco anos (2014-2018) — e expectativa de
redução de 25% até 2020, o desafio é fazer mais com menos. Foi o que disse a
diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, ao participar do 2º Encontro de Boas
Práticas de Gestão de Pessoas do Banco Central, na sexta-feira (17).
A diretora-geral defendeu medidas de engajamento e motivação
que garantam uma melhora não somente no ambiente de trabalho, mas que também
capacitem o servidor para atender a sociedade.
— Sem concursos e com restrição orçamentária, temos o
desafio de ter cada vez menos servidores, que precisam estar motivados e
assumir vários papéis.
Ilana salientou as dificuldades orçamentárias para
contratação de pessoal a partir de 2020. Também avaliou que é necessário
redimensionar o treinamento e capacitação dos servidores e os processos e
inserir o ser humano em sua concepção.
— [Precisamos] aprender com quem já faz coisas semelhantes,
compartilhar dificuldades e práticas com outros órgãos. Questionar e
reestruturar processos de trabalho, “sair da caixinha”, buscar tecnologia e
combater o pensamento de que “sempre foi assim” — disse, apontando a necessidade
de as pessoas serem felizes no ambiente de trabalho, onde passam a maior parte
do tempo, e terem a opção de mobilidade, fator importante para o bem-estar.
Outra medida defendida pela diretora-geral foi a adoção do
teletrabalho em alguns setores, além do estabelecimento de meios de medir a
produtividade e a adoção da jornada semanal flexível. Ilana também ressaltou
medidas já adotadas pelo Senado, como a cota de 2% para colaboradoras
terceirizadas em situação de violência doméstica; trabalho de voluntariado
promovido pela Liga do Bem; Projeto Mãe Nutriz, de amamentação no local de
trabalho; ações educativas contra assédio sexual e moral; ações do Comitê de
Promoção da Igualdade de Gênero e Raça; esforço para obtenção de 30% das vagas
em postos de liderança para mulheres; aulas de defesa pessoal; e encontros
mensais com aposentados, entre outras práticas.
Qualidade
O diretor-executivo de Gestão do Senado, Márcio Tancredi,
recordou o 1º Encontro de Boas Práticas de Gestão, ocorrido no Senado em 2017,
durante o qual se criou uma rede de colaboração entre Senado e Banco Central.
Ele ressaltou a importância de focar em melhoria de processos e qualidade em
recursos humanos.
— Neste momento crítico para as áreas de governo, em que há
muita pressão sobre as áreas de recursos humanos, é preciso resolver a questão
da disponibilidade e da qualificação. É uma questão muito dura que vamos ter de
resolver — disse.
O secretário-executivo do Banco Central, Adalberto Cruz
Júnior, enfatizou a relevância da missão organizacional da instituição e do
compromisso com a sociedade. Segundo ele, se não houver envolvimento do
elemento humano, a implementação de processos de trabalho e tecnologia não é
suficiente.
— Engajamento é reconhecimento e envolvimento de pessoas. Podemos
fazer a diferença. A diferença do sucesso é a persistência, mais importante que
o talento — afirmou.
Chefe do Departamento de Gestão de Pessoas do BC, Marcelo
Cota reforçou a necessidade de implantar uma “proposta de valor” e de carreira
para o servidor da instituição que supere a desconexão das pessoas com o
trabalho que realizam. Na sua avaliação, um dos atrativos para a entrada na
instituição é a reputação nacional e internacional do banco e a possibilidade
de capacitação na universidade corporativa.
Marcelo Cota aposta no desenvolvimento de postura
comportamental em que o servidor esteja apto a “entregar valor”. Ele observou
que o banco implementou há um ano a prática de gestão de desempenho — que deve
ser, avalia, um rito contínuo de diálogo — e que o maior engajamento ocorre
entre os melhores, ou seja, entre as pessoas mais capacitadas.
Por sua vez, o secretário-adjunto de Gestão de Pessoas do
Ministério do Planejamento, Erasmo Sampaio, disse haver preocupação permanente
de buscar mecanismos de atração e gestão de pessoas para a entrega de serviços
satisfatórios à sociedade. Para o secretário, quem quiser trabalhar no setor
público vai levar em conta a característica da organização, há quanto tempo ela
existe, o que produz e sua posição no ramo em que atua, além de salário,
benefícios e planos de saúde e previdenciário, entre outros.