Agência Brasil
- 10/09/2018
A Eletrobras vai reabrir em outubro o Plano de Demissão
Consensual (PDC). Segundo o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, o
objetivo é desligar cerca de 2,4 mil funcionários que são um excedente de mão
de obra no momento. “A tecnologia que é mais avançada, a padronização e a
organização dos processos vão permitir ao grupo Eletrobras, como um todo,
reduzir em torno de 2,4 mil empregados”, disse o presidente sobre as razões que
tornam o quadro maior do que o necessário. Ferreira participou hoje (10) de um
almoço com empresários na capital paulista.
Na primeira etapa do PDC, houve adesão de 736 empregados.
Ferreira disse que espera terminar a gestão na empresa com um quadro de
funcionários reduzido à metade do que quando assumiu o cargo. De acordo com
ele, eram 24 mil empregados em junho de 2016. Com as privatizações e programas
de demissão, Ferreira pretende entregar a companhia com 12 mil funcionários no
início do ano que vem.
A empresa propôs o pagamento da multa do FGTS, somado ao
aviso prévio correspondente a três salários do empregado, mais 50% relativos à
soma dos valores da multa e do aviso prévio, além de cinco anos de plano de
saúde para quem aderir ao plano de demissão.
Privatização
A próxima etapa no programa de privatizações da Eletrobras é
a venda da Amazonas Distribuidora de Energia, prevista para o dia 26 de
setembro. O negócio evitaria, segundo Ferreira, um processo de liquidação da
empresa. “É o pior que pode acontecer”, disse sobre a medida que, de acordo com
ele, prejudicaria funcionários e credores. Das seis distribuidoras que eram
controladas pela estatal, quatro já foram leiloadas.
A Companhia Energética de Alagoas (Ceal), teve o leilão
suspenso devido a uma decisão judicial do ministro Ricardo Lewandowski, do
Supremo Tribunal Federal (STF), impedindo a venda da companhia, após ação
movida pelo governo de Alagoas.
Ferreira defendeu, no entanto, que a Eletrobras deve vender
parte de suas ações para se capitalizar e ter dinheiro para fazer os
investimentos necessários no setor elétrico brasileiro. “É uma companhia que
tem tamanho, representação, que deveria demandar investimentos na casa de R$ 10
bilhões a R$ 14 bilhões. E hoje ela tem capacidade, mesmo arrumada, de R$ 4 bilhões”,
afirmou.
Para ele, as possibilidades da empresa como estatal se
esgotaram. “Eu acho que a companhia avançou muito e pode avançar mais, mas não
como estatal”, ressaltou.