BSPF - 02/09/2018
O futuro presidente da República assume em janeiro com a
missão de deixar claro que papel terá o funcionalismo do Poder Executivo no
futuro do País. Eterno boi de piranha, recentemente foi culpado pela situação
da Previdência – que, na visão de muitos, está à beira da insolvência, embora
haja correntes que digam o contrário e preconizem debates mais amplos sobre o
tema antes de reformá-la radicalmente.
Minha preocupação se justifica: há candidatos com chances de
chegarem ao Palácio do Planalto vendendo a tese de que, com eles, a
administração do Estado diminuirá de tamanho para se tornar, enfim, eficiente.
Não dão a menor indicação de como farão, mas é previsível sobre a cabeça de
quem o tacape vai vibrar. Isso porque, sem qualquer base lógica ou palpável,
atribuem ao serviço público um dos gargalos para que o Brasil não ocupe local
de destaque no mundo.
Sabemos todos que campanhas eleitorais são terra fértil para
promessas delirantes e messiânicas. E que, também, em debates e sabatinas,
dificilmente os candidatos se aprofundam em propostas que possam lhes tirar
votos. Assim, vendem diagnósticos genéricos, habitualmente errados, mas que
soam como sinfonia para alguns grupos. Como aqueles que acham o servidor uma
saúva a ser exterminada, tal qual a praga da frase de Monteiro Lobato.
Isso já foi tentado 28 anos atrás, no governo Collor. Nada
menos que aproximadamente 110 mil foram mandados embora, linearmente, sem
critérios específicos ou claros. Motivo: dar ‘agilidade’ ao Estado, obsessão
daquele que cassava marajás e pretendia inserir, na marra, o Brasil no Primeiro
Mundo.
“Duela a quién duela”, disse sobre sua disposição de tornar
este País uma potência. Deu no que deu: Collor caiu e muitos voltaram por força
da Lei 8.878, do governo Itamar, que revogou as demissões. Então, antes que
novos erros desse tamanho e gravidade aconteçam, é preciso alertar. Caso as
campanhas ainda se deem ao trabalho, há um estudo da...