BSPF - 28/01/2019
Entidades do setor querem procurar o líder do governo na
Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO)
Servidores públicos retomaram as articulações para defender
interesses próprios nas negociações da reforma da Previdência. Mesmo sem o
governo ter apresentado a proposta, entidades do setor querem procurar o líder
do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), deputado de primeiro mandato e
consultor legislativo concursado.
O lobby do funcionalismo é um dos mais atuantes no
Congresso. "É o mais poderoso, 90% dos pedidos de audiência que recebi
eram de servidores: Judiciário, Executivo, delegados, Receita Federal",
diz o relator da proposta de reforma da Previdência do governo Temer, deputado
Arthur Maia (DEM-BA).
Desde a semana passada, diversas associações e sindicatos
têm se reunido e discutido a estratégia para o debate. Apesar de tentarem um
canal de comunicação com a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro, as
raras conversas se concentraram durante a transição, no fim do ano passado
O time do ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda uma
proposta de reforma para elevar gradualmente a idade mínima para que servidores
se aposentem, com um período de transição, equiparar as regras entre os setores
público e privado e restringir o acúmulo de aposentadoria e pensão para quem
ainda vai pedir os benefícios.
Esses pontos, que já estavam previstos no desenho de Temer,
ainda estão sendo fechados pelo ministro com o presidente, mas já despertam
preocupação das entidades que representam o funcionalismo.
Atualmente, existe uma idade mínima servidores se aposentem:
60 anos (homens) e 55 anos (mulheres).Uma das ideias em análise pela atual
equipe econômica estabeleceria, pelo menos, 65 anos, para homens, e 62 anos
(mulheres), seguindo a proposta de Temer após discussões no Congresso.
Lideranças dos funcionários públicos reconhecem a
necessidade de mudanças nas regras da Previdência Social, mas defendem uma
idade mínima mais baixa e um período de transição mais suave para evitar
prejuízos a quem está para se aposentar."Queremos apresentar as ideias que
temos para o Brasil.
Tentaremos também o governo, a Casa Civil, não há dúvida.
Mas, desde logo, vamos buscar a liderança do governo na Câmara, o que não deixa
de ser um contato com o governo", disse o presidente da Anamatra
(Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Guilherme
Feliciano.
Ele também é coordenador da Frentas (Frente Associativa da
Magistratura e do Ministério Público), que reúne ainda representantes de
servidores do Ministério Público, Procuradores e Juízes.
Nos últimos dias, as conversas entre entidades de
funcionários do Judiciário, do Executivo e do Legislativo se intensificaram. O
objetivo é traçar uma estratégia conjunta para acompanhar a reforma.
"É necessário ajuste no sistema como um todo. Estamos,
em certa medida, dispostos a dar nossa cota de sacrifício para a reforma, mas
queremos uma transição razoável, que não olhe só o lado das despesas, mas que
busque incrementar o sistema com receitas", afirmou o presidente do
Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), Rudinei
Marques.
O fórum reúne 31 sindicatos e associações, de auditores
fiscais a delegados da Polícia Federal, e representa cerca de 200 mil
funcionários públicos.
Fonte: Folha de Pernambuco (Folhapress)