Blog do Vicente
- 12/02/2019
Apesar de todos os argumentos da equipe econômica, o presidente
Jair Bolsonaro decidiu que a proposta de reforma da Previdência, que será
encaminhada nos próximos dias ao Congresso, terá idade mínima de 57 anos para
mulheres e de 62 anos para homens.
Na avaliação do presidente, não há porque ser tão radical na
reforma, sobretudo de for levado em consideração as disparidades regionais no
país. Nos estados mais pobres, como o Piauí, a expectativa de vida dos
trabalhadores não chega aos 70 anos.
Com isso, a economia prevista pelo governo com a reforma
deverá ficar mais próxima de R$ 500 bilhões em 10 anos, metade do previsto pela
equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), de R$ 1 trilhão em 10
anos. Essa economia de R$ 500 bilhões é a mesma prevista pelo Citi e pela
consultoria Eurasia.
Bolsonaro tem todo o apoio da ala política do Palácio do
Planalto, que considera esse projeto mais palatável. Não custa lembrar que
essas idades mínimas já haviam sido citadas por Bolsonaro durante entrevista ao
SBT, mas logo depois tudo foi negado pelo Planalto a pedido da equipe
econômica.
Ao Blog, um integrante da equipe econômica afirma que o
presidente está irredutível em relação à idade mínima. O que ele aceita
negociar é o prazo de transição. Nesse caso, deve prevalecer a posição de Paulo
Guedes de que a idade mínima de 57 (mulheres) e 62 (homens) seja atingida em
2022.
Esse tempo mais curto de transição, diz o mesmo técnico,
garantirá uma economia maior. “Não sei se será possível chegar ao R$ 1 trilhão
previsto pelo ministro, mas também não serão R$ 500 bilhões. A economia será
maior do que isso”, ressalta.
Apesar de vários integrantes do governo dizerem que
Bolsonaro ainda não viu o projeto de reforma da Previdência, o grosso das
propostas já foi apresentado a ele. “A linha principal do projeto que irá para
o Congresso já tem o aval do presidente”, garante o técnico da equipe
econômica.