Blog da Denise
- 27/02/2019
Ok, o presidente Jair Bolsonaro abriu o Alvorada para os
líderes partidários simpáticos ao governo e que ainda não se consideram base.
Mas nada vai se resolver com canapés e boca livre. Muitos líderes foram
avisados de que os apadrinhados deles no governo estão para ser demitidos. É
que o governo quer acabar com os chamados feudos de cada partido no Executivo,
por isso, está disposto a trocar todos aqueles ocupantes de cargos de direção
que tiveram indicação política. Nessa linha, Arthur Lyra, líder do PP, perderá
a indicação da Codevasf de Alagoas e o próprio líder do governo no Senado,
Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro da Integração, verá os técnicos que
colocou na Codevasf serem demitidos.
Essa decisão, já comunicada a alguns líderes partidários,
foi tomada depois que o governo sofreu a sua primeira derrota na Câmara, semana
passada. Ocorre que esse sistema enfrentará resistências. Deputados querem
cargos que possam fazer bonito perante as suas bases eleitorais. E quem perder
começará essa temporada de votações de mau humor em relação ao governo. Há quem
diga que o melhor é deixar passar a votação da reforma da Previdência na Câmara
e, aos poucos, mexer nos vespeiros. O governo, entretanto, não quer saber de
contornar os problemas políticos com o Congresso e sim enfrentá-los de frente.
Cheque em branco, não!
Quem acompanha passo a passo a relação do governo com o
Congresso descobriu por que os deputados decidiram derrubar o decreto que
ampliava o número de pessoas com capacidade para determinar sigilo de
documentos oficiais. É que as indicações pelos políticos seria feita com base
em uma lista tríplice de funcionários de cada repartição ou estatal que tem
interesse político. Ou seja,a excelência indicaria alguém que não conhece. A
revolta foi geral e deu no que deu.
(Coluna Brasília-DF)