Correio Braziliense
- 23/02/2019
Governo garante que a indicação política apresentada aos
parlamentares na semana que vem será embasada em critérios técnicos. De
qualquer forma, essa faz parte de mais uma peça no quebra-cabeça para angariar
votos a favor do projeto da Previdência
O fisiologismo venceu: o governo federal está mapeando
cargos de livre nomeação vagos em todos os ministérios para acomodar
apadrinhados políticos de aliados. A força-tarefa faz parte da estratégia da
Casa Civil, responsável pela articulação política com o Congresso, para
construir a base de apoio pela aprovação da reforma da Previdência. Para evitar
transmitir a imagem do “toma lá da cá”, em que deputados votam com o governo em
troca de indicações, o presidente Jair Bolsonaro apresentará a líderes na
próxima terça-feira a minuta de um decreto que promete profissionalizar os
apadrinhamentos.
A ocupação de espaços na Esplanada dos Ministérios é uma
cobrança de parlamentares aliados. Líderes negam, contudo, a pecha da “velha
política”. O argumento de deputados é de que, se o Palácio do Planalto quer
construir uma base de apoio sólida, deve trazer os partidos para o seio. Para
enfrentar o desgaste de apoiar as agendas reformistas, pregam um senso de
pertencimento ao governo.
A elaboração dessa engenharia ocupou um bom tempo da
articulação política. Sob “fogo amigo” de aliados, que criticaram a morosidade
da articulação, os interlocutores do Planalto vêm pedindo calma a fim de
atender a todos. Na quinta-feira, o governo deu mais um passo para levar
adiante a estratégia. Para discutir o mapeamento de postos vagos, a Casa Civil
recebeu, no anexo do Planalto, secretários executivos e assessores
parlamentares de ministérios cobiçados, como Saúde, Educação, Ciência e
Tecnologia, Cidadania, e Agricultura, bem como os ligados às pastas da área de Infraestrutura.
A expectativa do Planalto é de que o levantamento dos cargos
disponíveis para livre nomeação esteja pronto na...