BSPF - 21/04/2019
Técnicos do governo que vêm trabalhando em projetos para o
enxugamento da máquina pública afirmam que, diante das restrições à realização
de concursos nos próximos quatro anos, os concurseiros terão de se preparar
para enfrentar os riscos da iniciativa privada.
Isso que dizer, segundo os técnicos, que aqueles que dedicam
horas do dia para estudar para seleções públicas deverão dar uma guinada e
mirar as oportunidades de emprego em empresas privadas. O setor público
empregará cada vez menos.
Perante essa realidade, afirmam os técnicos, a indústria de
cursinhos, que fatura milhões de reais oferecendo facilidades mas sem grandes
resultados, vai encolher muito. Quanto mais enxuta for a Esplanada dos
Ministérios, menos cursinhos haverá.
“Não faz mais sentido manter tantas escolas preparatórias
para concursos. Esse mercado vai encolher na mesma proporção que o governo
fechará as torneiras das seleções”, diz um dos técnicos. A restrição a
concursos valerá tanto para o governo federal quanto para estados e municípios,
que estão quebrados.
Pente-fino
Segundo o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do
Ministério da Economia, Wagner Lenhart, o governo federal vem passando um
grande pente-fino na estrutura de pessoal do Executivo federal. Com isso, estão
sendo extintos cargos vagos e aqueles considerados obsoletos.
Somente neste mês de abril, um decreto acabou com 13 mil
vagas que não cabem mais em um Estado moderno. São funções que deixaram de
existir ou se renovaram. Em 2018, mais de 60 mil postos obsoletos haviam sido
extintos.
O Estado, acredita Lenhart, precisará cada vez mais de
tecnologia e cada vez menos de pessoas para a prestação de serviços à
sociedade. Isso permitirá uma economia significativa aos cofres públicos.
Hoje, os gastos com pessoal e com Previdência Social
consomem quase 70% dos recursos disponíveis no caixa do Tesouro Nacional. Não
por acaso, áreas essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura,
estão em péssimo estado.
Sendo assim, mais do que prometer o sonho da estabilidade no
emprego e salários acima da iniciativa privada, o governo federal terá que
estimular o crescimento econômico para a criação de empregos.
Os concurseiros terão que deixar as salas dos cursinhos para
disputar o acirrado mercado privado.