Metrópoles - 10/04/2019
Somente em 2018, servidores ficaram 47 mil horas parados.
Eles brigam por aumento de salário e de benefícios, tendo êxito em 60% dos
casos
Nos últimos seis anos, a insatisfação de servidores públicos
com o funcionalismo aumentou. O termômetro para a rusga entre empregados e
patrão é a quantidade de greves que os trabalhadores desencadearam.
Levantamento do Metrópoles, em série histórica do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revela que, entre 2012 e o ano
passado, as paralisações anuais aumentaram 93,3% na comparação com o período
anterior. Elas saltaram de 409 para 791, ou seja, 2,1 greves por dia.
Em 2018, o Dieese registrou 718 greves nos três níveis
administrativos do funcionalismo público e mais 73 em empresas estatais. Ao
todo, os funcionários públicos ficaram 47 mil horas parados — o equivalente a
1.958 dias.
“Reivindicações relacionadas ao reajuste dos salários e dos
pisos salariais foram as mais frequentes nas pautas das greves do funcionalismo
público (56%). Em seguida, estão as exigências da melhoria das condições de
trabalho, de segurança e de higiene, assim como a implementação, alteração ou
cumprimento do PCS, ambas presentes em 28% das greves”, destaca o documento.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público
Federal (Condsef) atribui o aumento das greves à postura do governo em relação
às reivindicações dos trabalhadores. “As greves se intensificaram por falta de
negociação. É uma demonstração da insatisfação do conjunto do funcionalismo com
a ausência do diálogo. Mostra o enfraquecimento das carreiras”, reclama o
secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva.
Cabo de guerra favorável ao servidor
Entre as conclusões do relatório, é que no ano passado 54%
das greves encerraram-se no mesmo dia em que foram deflagradas. Em
contrapartida, quase 20% se prolongaram por mais de 10 dias. Em mais de 60% dos
movimentos grevistas, os servidores tiveram êxito no...
Leia a íntegra em Parados: greves de funcionários públicos aumentam 93% em seis anos