BSPF - 17/04/2019
Elaborada pela subseção do Dieese na Condsef/Fenadsef,
considerando critérios da ANS, a tabela será apresentada ao governo na semana
que vem pelo Fonasefe
Servidores federais querem negociar aumento na contrapartida
que o governo paga hoje aos planos de autogestão, entre eles estão Geap e
Capsaúde que atendem a maioria da categoria e seus familiares. Na próxima
semana, o Fórum de Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais
(Fonasefe) vai apresentar ao Ministério da Economia a proposta de tabela
elaborada pela subseção do Dieese na Condsef/Fenadsef. Feita nos moldes do que
determina a Agência Nacional de Saúde (ANS), a tabela redefine valores de
contrapartida por faixa etária. Confira a seguir.
Confira aqui proposta para nova tabela
Confira aqui proposta para nova tabela
Hoje, muitos servidores têm desistido de ficar nos planos
gerando uma crise que tem se agravado nos últimos anos. A saída daqueles que
não conseguem arcar com o custeio das mensalidades cobradas pressiona também
aqueles que decidem ficar e pagam em média 80% do valor do plano. Em alguns
casos, o governo chega a custear apenas 10% do valor da mensalidade. "A
vida toda os servidores contribuíram com plano de saúde e agora, quando muitos
mais precisam não estão conseguindo pagar as mensalidades", relata Rogério
Expedito, diretor da Condsef/Fenadsef.
Expedito esteve, com diretores de outras entidades, na
recente negociação com a direção da Geap que conseguiu garantir um reajuste de
9,75% no plano para esse ano, ficando abaixo da inflação médica. Sem ser
considerado suficiente, o acordo foi um pequeno avanço após sucessivos aumentos
que geraram uma série de ações judiciais por serem considerados abusivos.
Na Capasaúde o quadro não é diferente. O reajuste anunciado
para esse ano foi de quase 24%, o que gerou forte reação por parte dos
servidores. A Condsef/Fenadsef também procurou a direção do plano para negociar
alternativas. "Essa situação não é favorável nem aos servidores, nem aos
planos, é preciso encontrar soluções e queremos trabalhar nisso", disse
Jussara Griffo, diretora da Confederação que também participa das discussões.
Disputa no Orçamento
Apesar de saber das dificuldades que devem encontrar no
caminho, os servidores vão batalhar pelo atendimento dessa demanda considerada
prioridade. A Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela investimentos
públicos por 20 anos, além do próprio projeto de orçamento 2020 que chegou ao
Congresso Nacional essa semana sem previsão de reajuste para servidores
públicos não vão intimidar. "Vamos disputar no Orçamento os valores necessários
para resgatar esse direito a que muitos servidores tiveram que abrir mão",
destacou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef.
Equiparar contrapartida
Além da necessidade de cobrar alteração nos valores pagos
pelo governo entre as faixas etárias que não acompanham hoje os padrões
adotados por outros planos de saúde no mercado, há outra reivindicação
importante. A Condsef/Fenadsef cobra do governo que, no mínimo, equipare a
contrapartida com os servidores, ficando 50%-50% os valores em todos os planos
de autogestão.
"Trata-se de uma negociação que já estamos fazendo há algum
tempo junto aos representantes do governo", lembrou Sérgio.
"Obtivemos alguns avanços, mas nada concreto foi feito ainda para resolver
essa questão. Vamos seguir pressionando e cobrando que a contrapartida e os
valores da tabela por faixa etária sejam revistos", explicou.
Para Sérgio, a mobilização em torno dessas e outras
reivindicações vão continuar sendo fundamentais. "Não teremos negociações
fáceis pela frente. Mas com nossa unidade e organização vamos seguir
pressionando para que avanços e o atendimento de demandas urgentes
aconteçam", concluiu.
Fonte: Condsef/Fenadsef