EL PAÍS - 03/05/2019
Um em cada três postos está vago no Governo federal. E
tendência é piorar o déficit. Especialistas e sindicalistas dizem que corte
indiscriminado, e não caso a caso, é um erro
Salas da Receita Federal que antes comportavam dezenas de
funcionários estão praticamente vazias e servidores reclamam que, assim, não há
como fiscalizar bem e cobrar impostos. Em seis hospitais federais do Rio de
Janeiro onde deveria haver quatro médicos plantonistas tem apenas um. O
panorama das duas carreiras é emblemático do encolhimento do Estado no Brasil:
hoje, um a cada três cargos existentes no Governo federal está vazio. E a
tendência é que a situação piore, com uma corrida para se aposentar, já que o
país está na iminência de aprovar uma reforma da Previdencia, e como
consequência do veto aos concursos públicos anunciado recentemente pelo
ministro da Economia, Paulo Guedes.
Dados obtidos pelo EL PAÍS por intermédio da Lei de Acesso à
Informação e do site Portal Brasileiro de Dados Abertos mostram que dos 781.229
cargos previstos em lei, 253.276 estão desocupados. Sem a realização de novos
concursos nem a convocação de aprovados em disputas anteriores, seguirão vazios
nos próximos anos. Entidades que representam o funcionalismo público estimam
que há ao menos 3.000 servidores que poderão antecipar suas aposentarias nos
próximos três anos, além de outros 100.000 que estão em abono de permanência,
ou seja, já cumpriram todas as formalidades para pararem de trabalhar, mas
seguem ocupando suas funções. O próprio Guedes faz uma previsão ainda mais
drástica: “Cerca de 40% a 50% do funcionalismo federal irá se...
Leia a íntegra em Corrida por aposentadorias e falta de concurso ceifam um terço do funcionalismo federal