G1 - 21/05/2019
O governo do presidente Jair Bolsonaro praticamente acertou
com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), a votação nesta quarta-feira (22) da medida provisória
870, que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, mas sem a criação das pastas
das Cidades e da Integração Nacional.
Mais três pontos devem ir a plenário nesta quarta: a
retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério
da Justiça, a transferência da demarcação de terras indígenas do Ministério da
Agricultura para Funai e a limitação dos poderes de auditores fiscais em
investigar casos de corrupção.
Em reunião nesta terça-feira (21), na casa de Rodrigo Maia,
da qual participaram Davi Alcolumbre, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni,
e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), o presidente da
Câmara disse que os partidos da Câmara não têm interesse em aprovar a recriação
dos ministérios das Cidades e Integração Nacional.
Durante a reunião, Maia destacou que a ideia da volta das
duas pastas foi do próprio governo, para tentar pacificar a relação com sua
base de apoio no Legislativo. Mas logo depois seguidores do presidente Jair
Bolsonaro passaram a criticar a medida, dizendo que era uma iniciativa de
partidos do "Centrão" numa volta do toma lá dá cá.
No encontro, a princípio, ficou encaminhado que será, então,
votado um destaque retomando a configuração original da MP do governo, que
fundiu Cidades e Integração Nacional no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Esse ponto, segundo apurou o blog, é quase consensual e
tende a ser aprovado nesta quarta-feira pelo plenário da Câmara dos Deputados
e, posteriormente, no Senado Federal. Com isso, a recriação de Cidades e
Integração Nacional deve ser abandonada.
Em relação aos outros três pontos, durante a reunião ficou
acertado que eles iriam a votação e quem tiver mais voto ganhará. A estratégia
do governo é tentar limitar a votação destes quatro destaques.
Mais cedo, já havia uma articulação de líderes defendendo
votar a medida provisória 870, que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, mas
sem a recriação das pastas das Cidades e Integração Nacional, ainda nesta
semana. A avaliação é que o tema virou motivo de ataque de grupos bolsonaristas
ao Legislativo, principalmente em redes sociais. E que os líderes avaliaram que
era melhor desistir da ideia para tirar essa munição dos aliados do presidente
nas redes sociais.
Um líder disse ao blog, reservadamente, que inicialmente a
volta dos dois ministérios era uma forma de pacificar a relação com a base
aliada, entregando o Ministério das Cidades para um nome com bom trânsito junto
ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e partidos do "Centrão". Só
que, logo depois, a medida passou a ser bombardeada. "Agora, o que era uma
solução virou um problema. Então, talvez a melhor decisão agora seja desistir
da proposta", acrescentou.
Por Valdo Cruz
(Blog do Valdo Cruz)