BSPF - 09/05/2019
Categoria lembra que Ministro da Economia é investigado pela
Polícia Federal.
O Portal UOL informa que a CSPB (Confederação dos Servidores
Públicos do Brasil) rechaçou as declarações do ministro da Economia, Paulo
Guedes, de que funcionários públicos têm parte da culpa pela
"roubalheira" que atingiu o país nos últimos anos. "Essa
declaração é tão estapafúrdia, tão absurda, que nos autoriza a concluir uma
coisa: o ministro sequer sabe o que é servidor público", disse João
Domingos Gomes dos Santos, presidente da CSPB.
Para ele, Guedes confundiu funcionário público, que é
concursado, com agente público, que é nomeado. Segundo Santos, os
"funcionários públicos são guardiões da moralidade e da boa gestão" e
"às vezes, não conseguem superar a ganância e a corrupção dos agentes
públicos". "Rechaçamos, rejeitamos e devolvemos aos políticos e aos
agentes públicos, como ele (Guedes) a responsabilidade pela corrupção no setor
público do Brasil", afirmirmou.
As declarações de Guedes foram feitas ontem à noite, durante
audiência pública na comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos
Deputados. Segundo o ministro, a categoria é responsável por "tomar conta
das coisas públicas", mas não teria cumprido seu papel. Santos afirmou que
a entidade vai pedir oficialmente uma retratação do ministro da Economia. De
acordo com o sindicalista, as declarações de Guedes representam um grande dano
moral ao funcionalismo público. "Isso é um agravante ao desrespeito com
que os servidores públicos são tratados", afirmou.
Investigado
A Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e
Distrital), que representa servidores fiscais, como auditores, também criticou
a declaração de Guedes. Em nota, a entidade disse que, "além de
generalista e desprovida de critérios jurídicos básicos, a fala fere o
princípio da presunção da inocência", previsto na Constituição, pelo qual
"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória".
A federação também afirmou que o próprio ministro é
investigado pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal por
suspeitas de fraude na gestão de fundos de pensão de estatais, e que o TCU
(Tribunal de Contas da União) abriu processo para apurar supostas
irregularidades em negócios feitos por uma empresa do próprio ministro com
fundos de pensão patrocinados por estatais.
"Acreditamos que o Brasil já sofre uma polarização
maléfica e repudiamos este tipo de manifestação, que dificulta o diálogo e
distancia setores da sociedade que deveriam estar unidos na busca por soluções
para melhorar a nossa economia, diminuir a desigualdade e incentivar o emprego
e a renda", afirmou.
Fonte: Portal Vermelho