Correio Braziliense
- 08/06/2019
Governo retoma estudo para reduzir salários iniciais do
funcionalismo
As lideranças sindicais dos servidores, por outro lado, não
demonstraram, aparentemente, preocupação com mais essa ''ameaça da equipe
econômica''
A notícia de que o Ministério da Economia estuda limitar o
salário do funcionalismo, de forma que a remuneração de entrada, por concurso,
se assemelhe ao valor pago aos trabalhadores da iniciativa privada na mesma
função, foi mais um indício, de acordo com especialistas, de que a proposta de
corte de despesas com pessoal e de incentivo aos investimentos caminha na
direção correta. “Uma sinalização, sem dúvida, de que o custo do ajuste fiscal
está sendo distribuído”, destaca o economista Eduardo Velho, sócio executivo da
GO Associados.
O assunto não é novo. Já foi ventilado em 2018, pelo
antecessor de Paulo Guedes, Dyogo Oliveira (então ministro da Fazenda). À
época, o “pacote de maldades”, como foi apelidado pelos servidores federais,
incluía congelamento de salários até 2019, salário de entrada para novos
funcionários públicos limitado a R$ 5 mil mensais e aumento de 13 para 30 o
número de degraus para progressão na carreira. A previsão era de que, com todas
essas medidas, se chegaria a uma economia de R$ 70 bilhões, em 10 anos.
“O impacto pode ser pequeno. São praticamente R$ 7 bilhões
por ano e, no total, os R$ 70 bilhões equivalem a 0,01% do Produto Interno
Bruto (PIB, soma das riquezas do país) de 2018, de cerca de R$ 7 trilhões. Mas,
o que chama a atenção é o conjunto de medidas dos últimos 10 dias”, assinalou
Velho. Entre elas, ele cita o destravamento das pautas de interesse do
Executivo no Congresso e no Judiciário, como a aprovação de projetos para o
saneamento, combate às fraudes no INSS e autorização para privatização, sem o
aval do Legislativo. “A perspectiva é de futura queda dos juros e da inflação e
melhor ambiente para os investimentos. E esse corte nas despesas com pessoal é
mais um item que pode aumentar a confiança”, completa o economista.
Diferença
No entender do economista Gil Castello Branco, especialista
em finanças públicas da Associação Contas Abertas, se o estudo do Ministério da
Economia se concretizar, ficará claro para os investidores que o governo está
em consonância com os últimos relatórios de respeitadas instituições. “Estudos
do Banco Mundial já provaram que, no Brasil, os servidores ganham mais que os...
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