Consultor Jurídico
- 09/07/2019
O Ministério da Economia mandou a Defensoria Pública
devolver ao Poder Executivo 63% dos servidores que atuam no órgão. Com isso, as
43 unidades do interior serão fechadas. O dia 27 de julho é o prazo final para
devolução dos 828 servidores.
Em novembro do ano passado, o então Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG) editou a Nota Técnica
26812/2018-MP, que interpreta a Lei 13.328/2016 no sentido de que a DPU deve
devolver os requisitados com mais de três anos da cessão ou reembolsar o órgão
de origem em caso de interesse pela permanência do servidor.
Em nota, a DPU afirma que por causa do novo regime fiscal,
há impossibilidade de acréscimo no orçamento da DPU para fazer frente ao
eventual custeio do reembolso de que trata o artigo 106 da Lei 13.328/2016. O
custo da remuneração e encargos desses servidores seria de cerca de R$ 100
milhões por ano, montante que equivale a um quinto do orçamento total do órgão.
Já em janeiro, o então MPOG suspendeu a exigência de
devolução dos servidores requisitados pela DPU a seus órgãos de origem por seis
meses, até que se pudesse construir uma solução política para a questão.
Entretanto, o atual Ministério da Economia está mandando voltar a partir de
interpretação da Lei 13.328/2016.
Na prática, a DPU depende agora de edição de Medida
Provisória que estenda a permanência dos servidores na instituição ao menos até
a aprovação do Projeto de Lei 7.922/2014 no Congresso Nacional. Em maio deste
ano, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou a proposta que
cria quadro de servidores próprio para o órgão, estrutura o plano de carreiras
e cargos da instituição e fixa o valor de suas remunerações.
Urgência e relevância
Em 23 de maio, a DPU enviou ofício à Casa Civil da
Presidência da República demonstrando a urgência e relevância da situação, com
o intuito de garantir solução política para a questão por meio de MP.
Hoje, a Defensoria Pública não tem quadro permanente de
pessoal, porém, o Congresso Nacional promulgou, em agosto de 2013, a Emenda
Constitucional 74, que concedeu à DPU autonomia funcional, administrativa e a
iniciativa de sua proposta orçamentária.
Além dos 645 defensores públicos federais, a DPU conta com
487 cargos providos oriundos do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo
(PGPE), servidores públicos federais que fizeram concurso específico para o
órgão.
Todos os demais pertencem ao Executivo, que tem ao todo 621
mil servidores. Os requisitados da DPU representam 0,13% dos cargos do
Executivo. A título de comparação, o Ministério Público da União (MPU) conta
com força de trabalho administrativa de 10 mil pessoas.
Mais Atingido
São Paulo é o estado que mais vai perder unidades da
Defensoria Pública da União, com um total de 18 unidades fechadas no ABC,
Campinas, Osasco e outras regiões. Assim, o atendimento ficará restrito à
capital paulista.
Veja a lista completa das 43 unidades que serão fechadas:
Região Sudeste - 18 unidades
São Paulo
1. ABC
2. Campinas
3. Guarulhos
4. Mogi das Cruzes
5. Osasco
6. Registro
7. Ribeirão Preto
8. Santos e São Vicente
9. São José dos Campos
10. Sorocaba
Rio de Janeiro
1. Baixada Fluminense
2. Volta Redonda
3. Niterói
Minas Gerais
1. Governador Valadares
2. Juiz de Fora
3. Montes Claros
4. Uberlândia
Espírito Santo
1. Linhares
Região Sul - 12 unidades
Rio Grande do Sul
1. Bagé
2. Canoas
3. Pelotas
4. Rio Grande
5. Santa Maria
6. Uruguaiana
Paraná
1. Cascavel
2. Foz do Iguaçu
3. Londrina
4. Umuarama
Santa Catarina
1. Criciúma
2. Joinville
Região Nordeste - 8 unidades
Bahia
1. Feira de Santana
2. Vitória da Conquista
Pernambuco
1. Caruaru
2. Petrolina – Juazeiro (BA)
Alagoas
1. Arapiraca
Paraíba
1. Campina Grande
Rio Grande do Norte
1. Mossoró
Ceará
1. Sobral
Região Centro-Oeste - 3 unidades
Mato Grosso do Sul
1. Dourados
Mato Grosso
1. Cáceres
2. Juína
Região Norte| 2 unidades
Pará
1. Altamira
2. Santarém
Por Gabriela Coelho - correspondente da revista Consultor
Jurídico em Brasília