BSPF - 06/09/2019
Pesquisadores da Universidade de Brasília vão mapear 50
unidades do STF para definir, com base em critérios científicos, o quantitativo
ideal de pessoas para desenvolver os processos de trabalho.
O Supremo Tribunal Federal deu início a um levantamento que
vai identificar as necessidades de pessoal dos diferentes setores da Corte para
definir o quantitativo ideal da força de trabalho para o desenvolvimento das
atividades. O projeto Dimensionamento da Força de Trabalho (DFT), desenvolvido
em parceria com a Universidade Brasília (UnB), será mais um instrumento que
busca concretizar uma das metas do ministro Dias Toffoli, que é a eficiência dos
serviços prestados pelo STF a partir de modernas ferramentas de gestão e
tecnologia da informação.
O DFT já vem sendo aplicado em outros órgãos públicos, como
o Tribunal Superior Eleitoral e alguns do Poder Executivo, sob coordenação do
Ministério da Economia. A proposta baseia-se na utilização de estratégias com
intuito de contribuir para que a organização esteja preparada para atender
demandas atuais e futuras, selecionando as pessoas com perfil adequado, na
quantidade necessária e nos lugares certos ao longo do tempo. “O projeto vai
dar ao Tribunal um instrumento para, de forma científica, dizer a quantidade
adequada de servidores para determinada atividade”, afirma o diretor-geral do
STF, Eduardo Toledo.
O projeto
O modelo é fundamentado em estudos científicos que unem
dados quantitativos e qualitativos, matemáticos e comportamentais, adaptados à
realidade do Tribunal. Depois de sistematizadas, informações como o tempo e a
complexidade de cada tarefa, entre outras, permitem o cálculo do quantitativo
ideal de pessoas alocadas estrategicamente para desenvolver os processos de
trabalho.
Para o diretor-geral do STF, outra vantagem na adoção do
sistema é a possibilidade de atualizações ao longo do tempo, de modo a
acompanhar mudanças que ocorram nos processos de trabalho, propiciando ao
Tribunal um instrumento de gestão contínuo, moderno, com critérios objetivos,
mensuráveis e de metodologia clara, envolvendo a análise de vários componentes.
Desenvolvimento
Dez equipes de pesquisadores da UnB iniciaram nesta semana o
trabalho de levantamento e coleta de informações. Serão dimensionadas 50
unidades do Tribunal, ao longo de 15 meses.
Coordenada pelos professores da UnB André Luiz Marques
Serrano e Pedro Paulo Murce Meneses, doutores em Economia e Psicologia,
respectivamente, a execução do projeto também conta com auxílio de servidores
do STF, que participam diretamente dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento,
acompanhando e internalizando a nova metodologia.
Eficiência
O princípio constitucional da eficiência administrativa,
previsto no artigo 37, caput, da Constituição Federal, visa garantir a
excelência na prestação dos serviços públicos por meio da racionalização da
máquina administrativa, unindo qualidade, celeridade e menor custo no trato com
os bens públicos.
Nesse contexto, antes de se tornar uma recomendação do
Tribunal de Contas da União, a iniciativa já era objeto de estudo no Supremo,
na busca de alternativas com o intuito de adequar a instituição ao cenário de
restrições orçamentárias – sem perder o foco na eficiência de suas ações –,
tendo em vista que a Emenda Constitucional nº 95/2016 impôs limites para os
gastos públicos para o período de 20 anos.
Fonte: Assessoria de Imprensa do STF