Correio Braziliense
- 05/10/2019
Após aprovar a Previdência, Bolsonaro fará uma reforma
ministerial
Minirreforma em estudo no Planalto pode trocar o comando de
pelo menos cinco ministérios. Objetivo das mudanças, que seriam feitas após a
aprovação da reforma da Previdência no Congresso, é reforçar a base de apoio do
governo no Legislativo
Pelo menos cinco ministros poderão ser substituídos na
minirreforma ministerial que o presidente Jair Bolsonaro tem discutido com
lideranças partidárias para estabelecer uma coalizão formal no Congresso, após
nove meses de governo. Os mais citados por fontes consultadas pelo Correio são
os ministros da Cidadania, Osmar Terra, da Educação, Abraham Weintraub, da Casa
Civil, Onyx Lorenzoni, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do Turismo, Marcelo
Álvaro Antônio. As mudanças deverão ocorrer após a conclusão da reforma da
Previdência no Congresso.
A necessidade de uma minirreforma já vinha sendo aventada
pelo presidente, mas se tornou mais urgente nos últimos dias, após o Senado
aprofundar a desidratação da reforma da Previdência, durante votação em
primeiro turno, concluída na quarta-feira. Os senadores rejeitaram mudanças no
abono salarial, reduzindo em R$ 76,4 bilhões a economia estimada pela equipe
econômica para os próximos 10 anos, rebaixando a meta para R$ 800 bilhões.
Antes de a proposta ser enviada ao Congresso, o governo previa economizar R$
1,3 trilhão nesse período. Na quinta-feira, o secretário de Fazenda do
Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que essa desidratação “já
afeta o equilíbrio fiscal” do governo.
Interlocutores sugerem a Bolsonaro que essa derrota pode ser
um forte argumento para o Executivo promover uma recomposição política com
vistas a qualificar a relação com o Congresso em 2020. Nesse contexto,
parlamentares reclamam que o governo não honra acordos e acusam alguns ministros
de ignorarem seus pleitos. A reforma serviria para agregar um maior número de
partidos ao primeiro escalão da Esplanada, por meio da nomeação de
parlamentares indicados por lideranças partidárias.
Também é levado em conta nessa discussão o risco de outras
pautas importantes do Executivo serem derrotadas no Parlamento, como a reforma
tributária e o programa de privatizações, o que aumentaria mais a desconfiança
dos investidores em relação à economia do país. Além disso, outra grande
preocupação são os índices de popularidade cada vez mais baixos do presidente
Bolsonaro. A minirreforma vem sendo discutida desde julho, de forma conjunta,
pelos ministros da...
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