domingo, 27 de outubro de 2019

Dia do Servidor será marcado por clima de protestos por reajuste salarial


Correio Braziliense     -     27/10/2019




Apesar de o Executivo já ter anunciado que não pretende conceder aumento salarial no próximo ano, os servidores estão dispostos a lutar por reajustes

O 28 de outubro de 2019, data em que se comemora o Dia do Servidor, será marcado por um clima de protestos, expectativas e perplexidade com a profusão de normas, medidas provisórias e decretos do governo que afetam o funcionalismo público. Apesar de o Executivo já ter anunciado que não pretende conceder aumento salarial no próximo ano, os servidores estão dispostos a lutar por reajustes. Nos cálculos das entidades sindicais, a estimativa de perda inflacionária para o carreirão (80% do funcionalismo federal) é de 33%, índice que será reivindicado. As carreiras de Estado vão brigar por, pelo menos, 10% de reajuste. A diferença de índices é porque, em 2015, último acordo firmado, o carreirão recebeu10,8% de correção, em duas parcelas, enquanto os demais tiveram, em média, 27,9%, pagos em quatro parcelas.

Os sindicalistas reclamam que entregaram em abril passado as pautas reivindicatórias ao Ministério da Economia, mas não tiveram retorno até agora. O ministério, porém, informou que, de janeiro a outubro, teve 37 reuniões com sindicatos e associações de servidores. “Para se ter clareza da relevância das reuniões, o grupo de entidades atendidas representa mais de 500 mil servidores”, enfatizou a pasta, em nota. A informação é contestada pelas entidades. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef), houve inúmeros pedidos de audiência, mas apenas cinco se concretizaram. O Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate) informou que teve apenas uma reunião em janeiro.

Os servidores, porém, têm dado mostras de que não se prepararam para a nova conjuntura de mudanças que o governo quer promover. Eles se concentraram na luta — perdida — contra a reforma da Previdência e, agora, correm contra o tempo para encarar a prometida reforma administrativa. Mas estão divididos e não conseguem lutar por interesses comuns. Basta ver que há duas frentes parlamentares em defesa do servidor, uma na Câmara, ligada às carreiras de Estado, e outra no Senado, do carreirão dos Três Poderes. E o Executivo, com auxílio do Legislativo, impôs, desde a gestão de Michel Temer, pautas que incluíam, por exemplo, a terceirização dos serviços públicos, inclusive na atividade-fim (Lei nº 13.429/2017).

O governo criou, ainda, um novo Código de Conduta para o funcionalismo. Além disso, propõe o fim das licenças e das gratificações; redução do número de carreiras para 20 ou 30 (hoje são 117, com mais de 2 mil cargos); redução de jornada de trabalho com redução de salários e do piso salarial de acesso ao serviço público; fim da estabilidade para novos servidores, da progressão por tempo de serviço e do abono de permanência; planos de demissão incentivada quer, ainda, servidores em disponibilidade, em caso de...



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