sábado, 12 de outubro de 2019

Funcionalismo: cresce em 64% aptos a se aposentar que ficam na ativa


Metrópoles     -     12/10/2019




Pagamento de abono permanência cresceu entre 2009 e 2017. Algumas categorias têm cenário "alarmante", diz Banco Mundial

O número de servidores que, mesmo em condições de se aposentar, preferem continuar trabalhando aumentou 64% em nove anos. Em dezembro de 2009, 67 mil trabalhadores recebiam abono permanência. Em dezembro de 2017, o índice saltou para 110 mil. Algumas categorias têm cenário “alarmante”, diz Banco Mundial.

Os dados fazem parte do mais recente panorama do funcionalismo público divulgado pelo Banco Mundial. O documento traz um panorama da situação do funcionalismo público, como ganho salarial, projeção de gastos e áreas que necessitam de cortes. O estudo foi publicado dias antes de o governo federal enviar ao Congresso o projeto da reforma administrativa.

Ao longo dos últimos anos, houve um aumento na proporção de servidores que recebem abono permanência também pelos cálculos do Ministério da Economia. No entanto, o índice de funcionários solicitando abono permanência vem desacelerando: 2,8%, em 2009, e 1,5%, em 2017 — o movimento pode ser explicado pelos debates da reforma da Previdência.

Segundo o governo federal, atualmente a média de permanência após a aquisição do direito de aposentadoria conforme as regras vigentes é de 6,5 anos.

“No Executivo, especificamente, a recente concessão da possibilidade de incorporação total das Gratificações de Desempenho às aposentadorias (Leis nº 13.324 e 13.326/2016, entre outras) estimulou esse crescimento”, justifica, em nota.

A gratificação foi criada em dezembro de 2003, por meio de emenda constitucional, no primeiro mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dessa forma, permitiu-se ao servidor que opte por continuar na ativa um incremento na remuneração de valor idêntico ao de sua contribuição previdenciária.

De acordo com o relatório do Banco Mundial, o pagamento da gratificação é uma boa forma de reter talentos no serviço público e diminuir gastos com pagamento de servidores.

“O instituto do abono permanência é uma forma útil de prolongar o período de atividade de servidores experientes, gerando economia pelo período em que tal servidor não se aposenta e não é necessária, portanto, a contratação de novo servidor”, destaca o relatório divulgado na última quarta-feira (09/10/2019).

“Alarmante”

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