segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Terceirização pode aumentar


Correio Braziliense     -     28/10/2019




Terceirização pode aumentar, mas especialistas colocam benefícios em xeque

País tem quase 98 mil servidores terceirizados. Para especialistas, porém, ampliar esse contingente não é sempre a melhor solução

Com a reforma administrativa em pauta, os servidores públicos aguardam atentamente o texto que o governo federal deverá encaminhar ao Congresso Nacional na próxima semana. Uma possibilidade em estudo pela equipe econômica para a redução de gastos com pessoal é a terceirização, ampliada para as atividades-fim (Lei nº 13.429/2017) na gestão do ex-presidente Michel Temer. Atualmente, o país tem 97,8 mil funcionários terceirizados no setor público, que custam R$ 450 milhões por mês, de acordo com dados da Controladoria-Geral da União (CGU), citados pela ONG Fiquem Sabendo.

Segundo o levantamento, os trabalhadores terceirizados se concentram no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e no Ministério da Economia, respectivamente, com 15,8 mil e 10,4 mil. A média mensal entre os salários médios de todos os cargos é de R$ 2.760, sendo que a remuneração mais alta é de R$ 23 mil, de uma funcionária lotada no Banco Central.

Na avaliação de Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, porém, a terceirização do funcionalismo público não necessariamente reduz gastos de forma eficiente, já que apenas “troca o custo de caixinha”. “Vimos isso acontecer em estados e municípios, nos quais muitas vezes houve terceirização para conter as despesas. Quando chegaram ao limite, terceirizaram para se manter na linha. Mas, na realidade, o que deixou de ser pago com pessoal foi para terceiros, ou seja, trocaram-se seis por meia dúzia”, comenta.

Para ele, o caso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), agora Unidade de Inteligência Financeira (UIF), sob controle do Banco Central, é um exemplo de um órgão que não deveria contratar pessoas de fora do setor público. “Parece-me equivocado, porque o órgão está lidando com informações reservadas, de sigilo. É um caso em que o serviço não deveria ser repassado para terceiros”, opina.

Castello Branco acredita que a terceirização na administração pública já aconteceu em larga escala e que o Estado deve observar certos limites. “A União não pode comprometer sua atuação. Há um limite de atividades que não devem e não podem ser terceirizadas, porque não podem sair do controle do...



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