quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Servidor: 40% dos funcionários públicos recebem mais de R$ 10 mil


Metrópoles     -     14/11/2019




Dado faz parte de um levantamento da Condsef e será usado como argumento contra a reforma administrativa pretendida pelo governo federal

O confronto de dados será uma das estratégias do funcionalismo público para embarreirar a proposta de reforma administrativa encampada pela equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A medida deve ser apresentada ao Congresso nas próximas semanas. Grupos como a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) reúnem estatísticas para confrontar os argumentos do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A intenção dos sindicalistas é, por exemplo, “desmistificar” a pecha de que servidores públicos ganham muito acima dos salários da iniciativa privada. A mais recente dela partiu da Condsef. Levantamento da entidade, com base no Painel Estatístico de Pessoal (PEP), canal de divulgação de informações do funcionalismo público.

Segundo a organização, 60% dos trabalhadores de todas as carreiras do setor público — cerca de 370 mil — recebem menos de R$ 10 mil, somando-se todos os auxílios adicionais (alimentação, transporte, creche, etc). No topo da tabela, 40% do funcionalismo, aproximadamente 250 mil, tem vencimentos acima de R$ 10 mil. Ou seja, recebem quase 10 salários mínimos (R$ 998) mensalmente.

“A lista de carreiras inclui médicos e profissionais da saúde em geral, professores, policiais, guardas de endemias, defensores públicos e outros”, alerta a Condsef.

O número é parte do contra-argumento para barrar a redução salarial pretendida pelo governo. “Os salários abusivos geralmente se encontram entre militares e no Judiciário, que não serão afetados por nenhuma das reformas apresentadas pelo Governo Federal”, critica a entidade.

No caso militar, há um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional para adequação das aposentadorias, que também concede reajustes salariais de até 70%. Na semana passada, a Câmara encaminhou o PL nº 1.645/2019 ao Senado.

Governo quer baixar rendimentos

Além da reforma administrativa, o projeto da chamada “PEC emergencial”, prevê congelamento de reajustes e até mesmo a redução temporária da jornada de trabalho e de salários dos servidores. A ação faz parte do pacote de reformas proposto pelo governo para desafogar as contas públicas.

Nesta regra, os ganhos podem ser reduzidos em até...



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