O Dia - 30/03/2020
Para o ministro da Economia, medida não seria uma saída para
a situação econômica do país, já que o setor privado sofrerá retração; ele
defende veto a aumento de remunerações por três anos
Apesar de uma ala do Parlamento, em Brasília, defender
fortemente a redução salarial de servidores do país para garantir mais recursos
públicos durante a pandemia do novo coronavírus, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, demonstrou ser contrário a essa medida. Guedes, que sempre discursou
favorável à austeridade para o funcionalismo, disse no último sábado, em
conferência com a XP Investimentos, não ver sentido em cortar remunerações
nesse momento. Para ele, o caminho é apenas congelar reajustes por dois ou três
anos.
O titular da pasta ressaltou que, neste momento de crise,
"não faz sentido macroeconomicamente". E justificou que, diante da
previsão de altos índices de desemprego como consequência das medidas de
prevenção à pandemia (como o fechamento do comércio, por exemplo), mais cortes
prejudicariam ainda mais a economia.
"Já que o setor privado foi para o desemprego, foi para
o auxílio emergencial, o funcionário público que está em casa, no isolamento,
recebendo salário integral, então, pelo menos contribua com o Brasil. Quebra
essa espiral de aumentos pelo menos dois, três anos", afirmou Guedes.
As declarações do ministro vão ao encontro do que
representantes do setor público já argumentam sempre que esse assunto volta ao
debate. E na semana passada, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), reacendeu esse assunto ao anunciar que o Parlamento avançaria com
essa proposta, incluindo a redução dos...