Correio Braziliense
- 05/07/2020
Com três meses de home office em razão da pandemia, o
governo federal percebeu ser possível manter os serviços públicos funcionando e
ainda economizar no pós-coronavírus
As discussões sobre a construção de um novo normal, em que
as videoconferências prometem substituir boa parte das reuniões e viagens de
trabalho, não estão em curso apenas na iniciativa privada. A administração
pública federal também está atenta a essa possibilidade. Afinal, após mais de
três meses de pandemia e home office, o governo percebeu que é possível manter
os serviços públicos e a gestão da máquina pública com atividades parcialmente
remotas e ainda economizar com isso. Por isso, estuda como manter parte dessa
economia e já diz que o corte de gastos pode chegar a R$ 500 milhões por ano no
pós-coronavírus.
Balanço da Secretaria de Gestão do Ministério da Economia, ao qual o Correio teve acesso, explica que o governo federal economizou quase R$ 200 milhões só com deslocamentos e viagens a serviço nos últimos três meses. Esse gasto foi de R$ 265,2 milhões, entre março e maio de 2019, mas somou apenas R$ 65,5 milhões no mesmo período deste ano devido à necessidade de isolamento social e às restrições a viagens aéreas impostas pelo novo coronavírus. A redução foi de 75%. Por isso, por mais que saiba que as viagens vão voltar a ocorrer nos próximos meses, o governo quer manter parte dessa economia. “A pandemia mostrou que muitas agendas que demandavam viagens de servidores podem ser substituídas por reuniões virtuais. Já existe tecnologia para isso”, avalia o secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Heckert.
Ele calcula que, mesmo mantendo as viagens essenciais, o governo pode reduzir de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões os gastos anuais relacionados a viagens. Afinal, não é só a compra de passagens que diminui. Levantamento da Associação Contas Abertas revela que, além de reduzir custos com bilhetes aéreos, esses últimos três meses de isolamento social diminuíram em R$ 160,1 milhões os gastos da União com diárias; e em mais R$ 5,2 milhões as despesas com hospedagens.
Segundo o secretário, o governo está calculando quais são os
outros gastos de custeio que também podem ser cortados com a...
Leia a íntegra em Home office de servidores gera corte anual de gastos de até R$ 500 milhões