ISTOÉ - 11/07/2020
Assessores de Bolsonaro ganham R$ 30 mil por mês, mas
recebem salários extras por participarem de conselhos de estatais, o que lhes
garante rendimentos estratosféricos
Centenas de assessores e ministros do governo Bolsonaro
chegam a receber mais de R$ 70 mil mensais: R$ 30,9 mil do salário normal,
acrescidos de outros R$ 40 mil recebidos à título de jetons ou gratificações
mensais extras por participarem de conselhos de empresas estatais. O valor
desses salários extras vai de R$ 7 mil a R$ 15 mil, dependendo da estatal, mas
há ministros e assessores que participam de mais de um conselho, levando às
nuvens seus rendimentos, acima do teto constitucional de R$ 39,2 mil. Apesar de
ser imoral, o pagamento desses salários extras não é ilegal, embora partidos da
oposição, como o PT e o PDT, questionem o dispositivo no Supremo. Com essa
mordomia, o governo já gastou, só nos quatro primeiros meses deste ano, um
total de R$ 5 milhões a mais em sua bilionária folha de pagamentos, em que pese
a crise econômica provocada pela pandemia, com milhares de brasileiros perdendo
o emprego e ficando sem renda alguma. No ano passado, esses salários extras
consumiram R$ 18 milhões dos cofres públicos.
Essa distorção já existia nos governos anteriores e
Bolsonaro apenas reproduz o que seus antecessores fizeram para inflar os
salários de ministros e assessores especiais. O que estranha-se, na verdade, é
que, ao repetir essa prática, o presidente contradiz o discurso de que sua
gestão reduziria os gastos com o funcionalismo. Além de inchar a máquina
pública, o governo está driblando a norma constitucional que prevê que nenhum
funcionário público pode ganhar mais do que um ministro do STF. Assim, um total
de 333 assessores civis e outros 12 militares (dez dos quais na ativa), que
assessoram diretamente o presidente, entre eles vários ministros, como Marcos
Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Bento Albuquerque (Minas e Energia),
recebem acima do teto constitucional. Além desses auxiliares, outros 3.535
servidores públicos federais recebem salários além do teto, muitos deles por...
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