Congresso Em Foco
- 09/11/2020
Desde 2015, com o aprofundamento das políticas de
austeridade fiscal, mas sobretudo desde a destituição de Dilma Rousseff da
presidência da República em 2016, e mais ainda, desde o início do governo
Bolsonaro em 2019, o Brasil vem passando por transformações sem precedentes na
sua história recente.
Após trinta anos (1988 a 2018) de tentativas frustradas de
implementação, com certo momento mais efusivo de contestação entre 2004 e 2014,
estão de volta ao cenário nacional a ideologia do Estado mínimo e a reforma
administrativa de natureza autoritária, fiscalista e privatista que a
acompanha. No discurso oficial, a melhoria do ambiente de negócios e o ajuste fiscal resgatariam a confiança e o investimento privado, recolocando a economia
brasileira na rota da eficiência, da produtividade e do crescimento, algo que
ainda não foi conseguido nem com a reforma trabalhista, nem com a
previdenciária, as quais já carregavam os mesmos argumentos.
Desta forma, o debate corrente sobre a reforma administrativa,
que voltou ao centro das discussões públicas desde o início do governo
Bolsonaro, tem um mérito e vários problemas. O mérito está em recolocar um tema
de fato importante – para o próprio Estado brasileiro e sua população – no rol
de prioridades governamentais. No entanto, infelizmente, isso tem sido feito
sob influência de tantos problemas de compreensão teórica e histórica acerca do
assunto, bem como de visão de mundo distorcida acerca da essência e funções do
Estado nacional e dos servidores públicos na...
Leia a íntegra em Reforma Administrativa e os riscos
institucionais ao Estado