sábado, 17 de abril de 2021

Bolsonaro abre brecha para reajuste salarial de servidores federais

 

Poder360     -     17/04/2021


O governo federal incluiu no Orçamento uma autorização de reajuste salarial aos servidores públicos federais. Essa foi a primeira autorização no mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A liberação foi inserida nas diretrizes orçamentárias para 2022, ano de eleições presidenciais.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, travou, desde o início do mandato de Bolsonaro, os aumentos para servidores. A exceção foi o aumento concedido a militares, que seguiram com o direito ao benefício. 

No entanto, o governo incluiu autorizou a revisão geral das remunerações dos servidores ao formular o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano, enviado ao Congresso nesta 5ª feira (15.abr.2021).

A medida facilita que o governo federal negocie e proponha um aumento amplo para o funcionalismo. O mecanismo está previsto na Constituição, que afirma que a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada ou alterada por lei específica, garantida revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. 

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que essa medida não é obrigatória. Explicou que é necessário compatibilizar a revisão das remunerações com as restrições orçamentárias do governo. 

A decisão da Corte ainda concluiu que o termo “revisão” não tem significado claro e, por isso, não pode impor ao governante que os reajustes sejam concedidos. 

Na justificativa da proposta orçamentária de 2022, I Ministério da Economia afirma que a previsão incluída na lei não garante que aumentos serão concedidos. De acordo com a pasta, a decisão dependerá de previsão orçamentária e respeito ao teto de gastos. 

“Em que pese o citado dispositivo autorizativo no PLDO, apenas quando da elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022 ter-se-á a avaliação adequada do cenário fiscal para a definição quanto à concessão ou não da revisão geral anual naquele exercício financeiro”, afirmou. 

Apesar do projeto ter sido assinado por Guedes, contraria o discurso do ministro da Economia. Para ele, depois de cortar gastos com Previdência e juros da dívida pública, o principal alvo do governo deveria ser uma redução das despesas com a folha salarial. 

Desde 2019, o governo vinha fazendo, sob o comando do economista, uma reforma administrativa reduzindo a estrutura do funcionalismo (com exceção dos militares). 

O primeiro congelamento foi informal. Em 2020, ao negociar um pacote de socorro a Estados e municípios na pandemia, Guedes incluiu na lei um dispositivo que congelou oficialmente as remunerações de servidores até 31 de dezembro de 2021. Não há impedimento formal para 2022.


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