Congresso Em Foco
- 01/04/2021
Mais uma vez durante a pandemia, brasileiros seguem como
passageiros da agonia de um governo com decisões e objetivos extremamente
equivocados. As primeiras semanas dos presidentes da Câmara e Senado demonstram
que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes,
influenciarão com força a pauta do Legislativo, que ignora as necessidades da
maioria da população.
A priorização da esdrúxula proposta de reforma
administrativa reforça a percepção do que realmente importa para a classe
política, não é a economia, o setor público, e muito menos a população. O que
importa é a quantidade de cargos que os políticos terão no grande balcão de
negócios que o setor público está prestes a se tornar, caso a reforma
administrativa seja aprovada.
A reforma tida como salvadora do Brasil não tem nenhum dado
apresentado, todos estão sob sigilo do Ministério da Economia, dá poderes quase
soberanos para presidente e governadores criarem cargos comissionados, entrega
o setor público inteiro para políticos em troca de votos e acaba com a
estabilidade, que dá aos servidores a autonomia necessária para ajudar no
combate à corrupção.
Exigir que parlamentares da Câmara e Senado se debrucem sobre uma proposta de reforma que só prejudica o acesso da população ao serviço público em plena pandemia é um desaforo com todos. Em nenhum momento se fala em modernizar e melhorar as condições do serviço público, garantindo acesso mais fácil e qualificado para a população. Com o aumento vertiginoso da pobreza e miséria, a população recorre ao atendimento público e são os servidores que estão na ponta para acolher, seja nos hospitais, escolas, delegacias, fóruns ou qualquer tipo de serviço público.
A tragédia da pandemia que assola a todos só não é mais catastrófica devido à ação e ao esforço de servidores. Presenciamos diariamente a importância do serviço e servidores públicos para o país por meio dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), pelas campanhas de conscientização popular, pesquisas, vacinação, tratamento e acolhimento social e atuação de serviços essenciais.
Enquanto uns se esforçam na ponta, governo e parlamentares
direcionam esforços que vão implodir todo setor público com um...
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