Correio Braziliense
- 17/05/2021
Com receio de perseguição ou perda do cargo de confiança,
técnicos de órgãos públicos apelam a sindicatos para atender a requerimentos da
CPI da Covid.
O governo tenta se blindar de toda forma para evitar que as
investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia avancem. O
escudo inclui a intimidação de servidores que eventualmente são requisitados
para auxiliar nas apurações ou apresentar dados que comprovem a
responsabilidade do Executivo no avanço das mortes e contaminados pelo
coronavírus. Na tentativa de evitar represálias, muitos recorreram a lideranças
sindicais públicas e privadas do setor de saúde, para suprir com dados
confiáveis o presidente e o relator da CPI. E, nos órgãos, requerimentos de
informação do colegiado causam calafrios.
O objetivo é que nenhum trabalhador compareça individualmente, mesmo que não seja exposto publicamente. “O pânico é total. Todos com medo de perseguições políticas e retaliações. Grande parte dos convidados são técnicos do TCU, do Senado e auditores do SUS. Diante dessa realidade, atendemos os apelos dos próprios funcionários e nos colocamos à disposição da CPI para oferecermos informações concretas sem comprometer os que estão diretamente envolvidos”, informou Sandro Alex de Oliveira Cezar, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS).
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS),
que representa os empregados dos estabelecimentos privados de serviço de saúde,
também é parceira nesse trabalho de esclarecimento da CNTSS. “Vai ser uma
cooperação para fortalecer a CPI e proteger aquele que, depois que isso tudo
acabar, voltar às suas funções e ter, eventualmente, alguma nota negativa na
sua avaliação de desempenho. É por isso, inclusive, que somos contra esses
projetos de avaliação que tramitam no Congresso. Esse fato específico é a prova
do que pode acontecer quando se é submetido a um chefe direto no...
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