O Globo - 29/02/2012
Gestão de fundos bilionários será feita por indicados de
governo e servidores
BRASÍLIA - Parlamentares e especialistas já manifestam
preocupações com a gestão partidária e política dos bilionários fundos de
Previdência Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp) que serão criados,
em especial em relação à escolha dos comandantes desses fundos. A nova proposta
permite que sejam criados até três fundos - um para cada Poder -, com gestão
paritária (com membros indicados pela União e pelos servidores) e liberdade de
aplicar diretamente ou não os recursos. A previsão é de que o Funpresp tenha um
patrimônio maior do que a Caixa da Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil
, Previ, que hoje ultrapassa os R$ 150 bilhões.
O projeto estabelece que os Conselhos Deliberativos de cada
fundo terão seis membros (metade indicada pelo patrocinado, a União, e metade
pelos servidores); os Conselhos Fiscais terão quatro membros; e as Diretorias-Executivas
serão compostas por, no máximo, quatro membros. No total, poderão ser criados
até 42 cargos, caso cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) crie um
fundo separado. A tendência atual, no entanto, é que sejam dois fundos.
No Congresso, parlamentares aliados apontam alguns nomes
envolvidos na discussão dentro do governo e que poderiam ser indicados: o
secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, e o assessor
da Fazenda Ricardo Pena.
Nesta terça-feira, parlamentares da própria base de apoio
comentavam o grande poder que o atual governo Dilma Rousseff, do PT, terá para
indicar os seus cargos no fundo do Poder Executivo, por exemplo. A orientação
do Palácio do Planalto foi de evitar qualquer discussão nesse momento. O temor,
segundo um integrante do governo que participa das discussões, era de que a
discussão de nomes “contaminasse” a aprovação do Funpresp...
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