domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quem não é servidor deve se programar desde cedo



Diego Amorim
Correio Braziliense      -      26/02/2012





Para não ficar limitado ao teto do INSS, é preciso poupar e investir em previdência privada ou até mesmo imóveis
Para quem não terá a aposentadoria integral dos servidores públicos e pretende curtir a velhice com folga financeira, não há outra saída: a preocupação com o futuro precisa começar o quanto antes. Aplicar quantias mensais na previdência privada, apostar em ações e imóveis, optar pela renda fixa ou pelo Tesouro Direto são algumas das orientações básicas e comuns aos educadores financeiros. O mais importante, no entanto, é variar os tipos de investimento e controlar as despesas, gastando sempre menos do que se ganha para dar espaço à boa e velha poupança.

Servidores públicos se aposentam basicamente com o salário da ativa. Nas áreas mais nobres do Distrito Federal, incluindo o Plano Piloto, a aposentadoria média é de R$ 7.725, puxada para cima sobretudo pelo funcionalismo. Os custos diários desse público tendem a cair, o que quase sempre eleva o padrão de vida. Na hora de fazer as contas, sobra dinheiro para o lazer e o que antes era considerado supérfluo vira prioridade. 

Quem depende da aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebe, no máximo, R$ 3.912,20 mensais, teto reajustado em janeiro deste ano.

Conceitos de educação financeira se popularizaram e, hoje, na opinião do especialista Álvaro Modernell, jovens se importam mais com a aposentadoria. Bancos e financeiras têm aperfeiçoado o leque de opções para a previdência privada, tentando acompanhar o aumento da demanda — menos de 4% da população economicamente ativa fazem esse tipo de investimento. "Não tem como o brasileiro pensar em um futuro digno se não fizer a previdência privada."

Planejamento
O desejo de desfrutar de uma aposentadoria sossegada anima Isabella Paiva Ramos, 27 anos, a dedicar-se aos concursos públicos. Formada em direito, ela ocupa boa parte do dia sobre os livros e as apostilas. "Hoje vejo minha mãe com tranquilidade para fazer as coisas e percebo ser isso que quero para mim. Ela é meu exemplo", comenta a jovem. A mãe, Maria da Conceição, 59 anos, começou a trabalhar aos 16 e aposentou-se do Judiciário aos 46, com um bom salário. "Meu desejo é curtir a vida com simplicidade. 

A felicidade muitas vezes está nas coisas simples", ensina a aposentada.

Conceição planejou o momento atual. Trabalhou por mais nove anos depois de, oficialmente, largar o tribunal. Assim, engordou ainda mais o pé de meia e agora se permite ter uma vida financeira tranquila. Sem extravagância, faz uma bela viagem pelo menos uma vez ao ano, dedica mais tempo às atividades físicas e ao voluntariado e não se incomoda em bancar as noites de happy hour com as duas filhas e os genros. "Mas só coloco a mão onde o chapéu alcança. Não é porque estou aposentada que vou sair gastando com tudo", diz.

Ao adotar um discurso moderno e ousado, o educador financeiro Reinaldo Domingos defende que ninguém precisa esperar chegar aos 50 ou 60 anos para se aposentar. "A pessoa precisa se programar para ter sustentabilidade financeira sem trabalhar", diz. Trabalhadores, acrescenta ele, precisam se concentrar, o mais cedo possível, em construir um patrimônio financeiro. Após decidir uma data para a aposentadoria e a quantia mensal desejada, é hora de traçar as estratégias. "O problema é que muitos vivem sem pensar no amanhã."



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