sábado, 17 de março de 2012

Seleção da PRF sob suspeita



Correio Braziliense     -     17/03/2012





A desorganização das bancas na elaboração de concursos públicos parece não ser problema apenas para os candidatos que disputaram uma das vagas para o Senado. Desta vez, uma ação civil do Ministério Público Federal (MPF), ajuizada na semana passada, coloca em xeque o resultado da primeira etapa do concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o preenchimento de 750 vagas para o cargo de agente.

De acordo com a ação, uma das questões do certame deveria ser anulada. Se acatada, a mudança alteraria a classificação dos aprovados na etapa de provas objetivas, que já foram convocados e iniciaram a segunda etapa da seleção no último fim de semana.

O problema gira em torno da questão 22 da prova de raciocínio lógico matemático realizada em 2009. O Ministério Público se baseia nos argumentos de 15 especialistas e do autor do livro citado na questão, que garantem não haver, entre as alternativas dadas, nenhuma opção correta. À época, vários candidatos entraram com recurso com o objetivo de anular a questão. Ignorados pela Funrio, que manteve o gabarito, os estudantes tiveram que recorrer à Justiça. Com base nas reclamações, o MPF pede que a Funrio publique nova lista de classificação e indenize por danos morais os candidatos que aguardam por resultados há três anos.

A dor de cabeça em relação ao concurso da PRF é antiga. A primeira fase do certame foi realizada em 2009 e suspendida temporariamente, após denúncias de fraude envolvendo funcionários da banca organizadora da Funrio, que foi afastada da seleção.

O concurso só foi retomado em fevereiro deste ano pelo Instituto Cetro, responsável pelas etapas seguintes do processo seletivo: teste de capacidade física, psicológica e avaliação de saúde. Os exames físicos foram realizados no último fim de semana. Dois dias antes, foi publicada no Diário Oficial da União uma listagem com o nome de 40 candidatos que conseguiram na Justiça o direito de também realizar os testes físicos. Caso a ação do MPF tenha êxito, poderá abrir espaço para uma nova representação, desta vez por parte dos aprovados com base no gabarito da Funrio que os credenciou para os testes físicos.

O Correio tentou contatar a Funrio sem sucesso. Procurada, a atual banca organizadora, o Instituto Cetro, não respondeu sobre o futuro do processo seletivo até a publicação desta edição.



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