Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense - 19/06/2012
Mobilização dos servidores tem adesão parcial no primeiro
dia, mas paralisação deve se alastrar, afirmam dirigentes sindicais
Servidores de seis ministérios aderiram à greve geral dos
funcionários do Executivo durante o primeiro dia da mobilização por tempo
indeterminado: Saúde, Previdência, Trabalho, Justiça, Relações Exteriores e
Desenvolvimento Agrário (MDA). Além desses, também cruzaram os braços nesta
segunda-feira (18) funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Arquivo Nacional.
As informações são preliminares, pois, até o fechamento desta edição, a
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
ainda não havia contabilizado os números oficiais da paralisação nacional.
O movimento foi mais forte no Ministério da Saúde. Logo pela
manhã, a entrada do edifício, na Esplanada, foi bloqueada pelos manifestantes
com faixas e caixas de som. Segundo os sindicalistas, a adesão na Saúde foi de
100%. A portaria do edifício que abriga os ministérios do Trabalho e da
Previdência também foi ocupada pelos grevistas, que chegaram a impedir a
entrada de funcionários. Segundo os sindicalistas, a adesão na Previdência foi
apenas parcial. Por volta das 12h, foi a vez de os funcionários do Ministério
da Justiça cruzarem os braços, atitude seguida pelos trabalhadores do MDA.
Nos demais ministérios, o expediente foi normal. Sérgio
Ronaldo, secretário de comunicação da Condsef, explicou que muitos sindicatos
ainda estão adotando as determinações legais, como aviso da paralisação com 72
horas de antecedência e formalização de assembleias com publicação do resultado
em jornais de grande circulação. “É um movimento crescente. Nos próximos dias,
ocorrerá um efeito dominó a partir das grandes capitais até que todos os órgãos
façam parte da mobilização”, declarou. “As paralisações de hoje (ontem) foram o
primeiro passo de um movimento que vai se espalhar por todo o funcionalismo”,
complementou Oton Pereira Neto, secretário-geral do Sindicato dos Servidores
Públicos Federais no Distrito Federal.
Após os protestos, a Condsef afirmou que o governo marcou
para a próxima quinta-feira (21) uma nova reunião para negociar o reajuste dos
servidores. Procurada pelo Correio, a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT)
do Ministério do Planejamento, não confirmou o encontro. A SRT informou ainda
que a reunião marcada para hoje, com o Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes), foi adiada. Nela, seria apresentada
uma proposta de reajuste aos professores, em greve há mais de um mês. Ainda não
foi definida nova data. O motivo do adiamento foi a dificuldade para reunir os
representantes do governo, pois muitos estão no Rio de Janeiro, participando da
Rio+20.