Geralda Doca
O Globo - 22/08/2015
Sem acordo, servidores públicos seguem em greve,
prejudicando áreas estratégicas
Brasília - Sem acordo com os servidores públicos, o governo
perdeu o primeiro prazo para enviar ao Congresso Nacional o projeto com o
percentual de reajuste do Executivo, a partir de janeiro de 2016. De acordo com
a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), em tramitação na Casa, o
prazo terminou nesta sexta-feira. O Executivo tem agora uma semana para fechar
um acordo com a categoria e enviar a proposta de reajuste salarial junto com o
projeto de Orçamento, que precisa ser encaminhada ao Legislativo até o dia 31
deste mês.
O Ministério do Planejamento propôs reajuste de 21,3% para
os funcionários do Executivo, escalonado em quatro anos, mas os sindicatos da
categoria não aceitaram e aguardavam uma nova proposta do governo, o que não
ocorreu.
Segundo o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores
no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, diante da falta
de iniciativa do governo, as entidades pretender intensificar a greve, que já
atinge diversas áreas como Ministério do Trabalho, INSS e Ministério da
Fazenda, entre outras.
- Vamos trabalhar para massificar o movimento e forçar o
governo a apresentar uma proposta que seja mais justa - disse o sindicalista.
Além dessa pendência, o governo precisa encontrar uma
solução para acabar com a greve dos advogados públicos e dos auditores fiscais,
que prejudicam áreas estratégicas como o andamento das sentenças judiciais
contra a União e a arrecadação de impostos e contribuições do governo federal.
Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério do
Planejamento informou que o governo vai encaminhar ao Congresso uma solicitação
de alteração do prazo fixado no projeto da LDO, para encaminhar a proposta de
reajuste dos servidores com o projeto de orçamento para 2016. Ainda segundo a
pasta, as negociações com as categorias continuam.