Por Luciano Pires
Blog do Servidor/CB - 04/10/2009
Está no Correio Braziliense deste domingo.
Se os ministros entenderem que a entidade não pode firmar convênios com órgãos que não sejam aqueles que a criaram, 250 mil pessoas ficarão sem plano de saúde. "Há uma grande parte bastante idosa dentro desse grupo que corre risco de sair. A dificuldade em ser absorvida no mercado de plano de saúde será enorme. Essas pessoas ficariam sem cobertura", alerta Regina Parizi, diretora executiva da Geap.
Na entrevista exclusiva concedida ao blogueiro, Regina Parizi faz outras advertências. Diz a representante da entidade:
"Do ponto de vista atuarial, perder essas 250 mil pessoas é um prejuízo bem grande. Como não há fins lucrativos, você trata de ter um contingente maior para dividir a despesa. Um tratamento de câncer, que sai hoje por R$ 35 mil ou R$ 40 mil, é um bom exemplo. Uma coisa é dividir esse custo entre 400 mil e outra é dividir entre 700 mil pessoas. É mais acessível, para cada um"
"Tivemos de fazer uma reformulação neste ano, que não foi por reajuste de faixa etária, mas por número de dependentes. Tinham pessoas sozinhas que pagavam R$ 200 e pessoas com nove dependentes que pagavam uma única parcela por mês"
"O conselho deliberativo está discutindo um teto para também não expulsar a família numerosa. O objetivo não é expulsar ninguém, mas esses núcleos familiares muito numerosos também não podem desestabilizar o plano para todo mundo. Ainda estamos em um processo de discussão, isso vai até o fim do ano. Vamos tentar colocar um teto, algo como R$ 600, R$ 700, mas que o usuário que tem muito dependente pague um pouco a mais"
"Temos uma parcela bem antiga de usuários que vem da Patronal (entidade que precedeu a Geap na assistência aos servidores públicos). Naquela época, a Patronal pagava tudo. O debate que eu sempre faço é que a Patronal conseguia fazer isso porque a medicina cabia em uma maleta: tinha o estetoscópio, a morfina, a penicilina e o exame clínico. Hoje, há um arsenal tecnológico. A medicina não cabe mais em uma maleta. E o médico dificilmente consegue ir à casa do paciente. O paciente tem de ir ao hospital. É só desvantagem? Não. No tempo da Patronal, não existia tratamento de câncer, não se salvava gente com infarto"