UnB Agência - 08/06/2011
Sindicato se comprometeu a respeitar as demandas do HUB. Funcionários precarizados vão continuar trabalhando
Os serviços prestados pelo Hospital Universitário (HUB) da Universidade de Brasília (UnB) serão mantidos durante a greve dos funcionários técnico-administrativos. Esse foi o acordo feito a direção do HUB e o comando de greve do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). Para não prejudicar os atendimentos, foi assegurado que ao menos 30% dos servidores do quadro farão uma escala de trabalho. Além disso, os mais de 600 funcionários precarizados, entre eles a maior parte dos médicos plantonistas, continuarão trabalhando normalmente. A marcaçãod e consultas e cirurgias está mantida.
“Temos que manter o mínimo de 30% do atendimento, mas às vezes esse percentual não é suficiente para assegurar nossa responsabilidade”, disse Gilca. A decana, que é médica, citou o exemplo do Centro de Alta Complexidade em Câncer (Cacon). “Não podemos parar 70% dos tratamentos de câncer, essa é uma doença que não pode esperar”, afirmou. Nesta quinta-feira, às 11h30, o comando de greve irá se reunir com os servidores do hospital para definir os parâmetros da escala de trabalho.
O diretor do HUB, Armando Raggio, informou aos servidores que a paralisação será respeitada no hospital, mas também pediu para os funcionários que se mantenham dispostos a assumir demandas importantes para o HUB. “Confiamos na responsabilidade de vocês. Temos vidas que estão entregues aqui. Não iremos criar nenhum tipo dificuldade para uma manifestação pacífica e democrática”, afirmou. Armando disse que é preciso verificar as necessidades de cada um dos setores. “Há lugares em que preciso um número de pessoas maior para manter o funcionamento, em outros a quantidade diminui”, explicou.
PRECARIZADOS – Durante a reunião, o sindicato propôs que a escala fosse feita também com os funcionários precarizados. que trabalham sem carteira assinada e sem direito a 13º e férias. No HUB, são mais de 600 pessoas nessa situação. Porém, foi decidido que elas não entrarão nos 30%. “Não vou concordar que a gente paralise segmentos que não possuem o mesmo vínculo que vocês”, afirmou Armando. “Fazer o hospital sofrer não vai aumentar o poder de barganha do movimento”, completou. Os plantões são realizados, em maioria, por precarizados. “Eles são essenciais para o funcionamento do hospital, principalmente em um momento de redução de pessoal, como a greve”, afirmou o professor Antônio Carlos Rodrigues, vice-diretor do HUB.
Ele explicou que na greve do ano passado o percentual de 30% foi insuficiente para manter os serviços funcionando. Segundo ele, à época houve um entendimento de os funcionários, tanto precarizados quanto do quadro, fariam parte dos 30%. “Hoje ficou claro que cada serviço precisa ser avaliado. Pode ser que esse percentual não seja o mesmo para todos”, afirmou. “Se hoje essa divisão de trabalhadores for colocada na Maternidade, por exemplo, não conseguiremos”, disse. “É um serviço que funciona por 24h e é extremamente importante”, afirmou.
O Ambulatório de Alto Risco é outro exemplo. Segundo o vice-diretor, o serviço é interdisciplinar e, por muitas vezes, é necessário fazer exames e internações. “Não podemos ter um laboratório fechado nem estarmos impossibilitados de internar”, disse.
Mauro Mendes, coordenador do Sintfub, afirmou que a categoria entende as especificidades do HUB. “Sabemos que fechar o Restaurante Universitário é diferente de fechar o hospital”, disse. “Não queremos criar nenhuma situação que prejudique o movimento”, afirmou Mauro. O sindicato também informou que, apesar da garagem estar fechada, as ambulâncias estão liberadas. “O abastecimento pode ser feito de manhã e à tarde”, disse.