Felipe Seligman
Folha de S. Paulo
- 06/09/2011
BRASÍLIA - Os
ministros do Supremo argumentam que, ao propor reajuste ao Poder Judiciário,
estão, na realidade, pedindo uma reposição de perdas.
O ministro do tribunal Marco Aurélio Mello afirmou na
segunda-feira que a discussão girou em torno de uma "bandeira péssima",
mas que seria possível contemplar o pedido se o Executivo cortasse despesas.
"É preciso enxugar a máquina administrativa e não
deixar que a arrecadação vá pelo ralo com administradores corruptos",
disse.
O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do
Brasil), Gabriel Wedy, disse à Folha que o aumento de gastos pelo Poder do
Judiciário nos últimos anos é consequência da criação de novas vagas de juízes
e servidores.
Segundo ele, o aumento de servidores e de gastos com pessoal
no Judiciário é uma compensação de cerca de 20 anos de "estagnação".
Em nota, a associação disse "refutar" argumentos
da presidente Dilma Rousseff, contrária aos reajustes.
Segundo dados do STF, o mais alto cargo entre os servidores
do tribunal, o analista judiciário, tem salário inicial de R$ 6.551 e final de
R$ 10.436. A ideia seria nivelar a remuneração do servidor do Judiciário a de
um gestor do Executivo, que recebe até R$ 18.474.