Valor Econômico
- 06/09/2011
Após quase provocar uma crise institucional por ignorar na
proposta do Orçamento de 2012 o reajuste do Judiciário, a presidente Dilma
Rousseff mandou ao Congresso uma mensagem que prevê um reajuste de até 56% para
servidores e de 14,7% para os ministros do Supremo Tribunal Federal. Se
aprovado, o projeto deve ter impacto de R$ 7,7 bilhões aos cofres públicos. O
Judiciário federal indexa não apenas os salários do Poder nos Estados como
também provoca demandas de isonomia no Executivo e no Legislativo. Segundo
Vaccarezza, no entanto, o ideal é que Executivo, Legislativo e Judiciário
pratiquem "o bom diálogo" para fechar um acordo.
"Não é possivel hoje atender uma reivindicação de dar
um reajuste de mais de 50% para um setor, por mais importante que seja o setor",
afirmou o líder a jornalistas. "O projeto que está aqui todos sabem - e
acho que mesmo eles [servidores do Judiciário] sabem - que não pode ser
votado."
O líder governista também informou que, na reunião, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou da crise econômica internacional. De
acordo com a exposição do ministro, Vaccarezza disse que "está
claro", para o governo, que "alguns países vão ter recessão e outros
não vão crescer como estava previsto".
O governo pediu celeridade para que o Senado aprove a Medida
Provisória (MP) 533, que autoriza a União a repassar aos municípios e ao
Distrito Federal recursos destinados à manutenção de creches cujas matrículas
não foram computadas no último Censo Escolar, na reunião de hoje do Conselho
Político. A MP perde a validade no dia 20 se não for votada.
Segundo Vaccarezza, o líder do governo no Senado, Romero
Jucá (PMDB-RR), prometeu que lá as matérias serão votadas no menor período de
tempo possível.