Blog do Servidor Público Federal -
02/10/2011
Brasília – Até 2015, 252 mil funcionários públicos do Poder
Executivo Federal vão conquistar o direito à aposentadoria. Mas a vacância não
significa que o mesmo número de postos de trabalhos será aberto para os
interessados em ingressar no serviço público. Isso porque muitas dessas vagas
serão extintas. Além disso, alguns servidores que estão em condição de se
aposentar optam por continuar na ativa para não sofrer redução salarial. O
levantamento foi feito pelo Ministério do Planejamento e obtido pela Agência
Brasil.
Segundo a secretária de Gestão do Ministério do
Planejamento, Ana Lúcia Amorim, a opção por não se aposentar é uma tendência no
funcionalismo público. “Não é adquirir direito e pronto. No futuro, a gente
pode ter quadro bem significativo de servidores que vão optar por continuar e
não sair porque a faixa etária do servidor público, em média, é muito jovem,
está na faixa de 46 anos. Quem tem 46 anos está em plena vitalidade para
continuar trabalhando e crescendo profissionalmente”, disse ela.
Atualmente, a folha de pagamento do Executivo tem 566 mil
servidores ativos. Desses, 80 mil são funcionários que poderiam estar
aposentados. Ao se decidir pela aposentadoria, o trabalhador público perde
renda, já que a gratificação por desempenho adquirida ao longo dos anos de
serviço é reduzida em 50%. Além de não ter redução salarial quando opta por ficar,
o trabalhador público recebe um abono-permanência que representa 11% a mais na
remuneração.
O pagamento da gratificação extra pela continuidade na ativa
tem o objetivo de fazer com que os órgãos do governo se beneficiem da
experiência dos servidores de carreira. “Faz diferença ter um servidor com
experiência, que tem histórico das informações e ainda está motivado para
implementar políticas públicas”, destacou Ana Lúcia.
Só que esticar a vida funcional do servidor sai caro aos
cofres do governo federal. Em 2010, o pagamento do abono-permanência e da
integralidade da gratificação custou R$ 725 milhões ao contribuinte. No período
de julho do ano passado a agosto deste ano, a despesa somou R$ 816 milhões.
A secretária de Gestão ainda ressaltou que não existe
relação direta entre aposentadoria e abertura de vagas no serviço público.
Muitas vagas são extintas com a aposentadoria do servidor. Carreiras
administrativas como as de copeira, garçom e motorista, por exemplo, não vão
mais existir. “O fato de ter 80 mil pessoas que poderiam estar aposentadas não
quer dizer que eu poderia ter 80 mil nomeações para substituir essas pessoas. A
existência de concursados aguardando está muito mais relacionada às
necessidades de governo que foram mapeadas e, por isso, autorizada a realização
de concursos”, explicou.
Fonte: Agência Brasil