Maria Clara Ccbral
Folha de São Paulo
- 23/11/2011
BRASÍLIA - A CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou nesta quarta-feira (23)
o direcionamento de R$ 2 bilhões para viabilizar o reajuste de servidores e dos
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
O dinheiro refere-se a uma emenda de bancada, que vai ser
incluída no Orçamento da União de 2012. Na Câmara, além de cada deputado poder
apresentar emendas individualmente, as comissões temáticas e as bancadas dos
Estados também têm direito a emendas ao Orçamento.
Segundo o deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), há um
acordo para que a CCJ do Senado também direcione verba para o Judiciário.
"Todo mundo aqui é responsável pelo funcionamento da
República. Houve uma decisão política da comissão de, em vez de optar por
beneficiar outras áreas, direcionar a emenda para o Judiciário", afirmou.
A aprovação da emenda no Orçamento pode minimizar o impasse
entre o Judiciário e o Executivo. Enquanto ministros brigam pelos recursos, a
presidente Dilma Rousseff e a área econômica do governo já afirmaram diversas
vezes que não seria possível conceder os aumentos por causa da instabilidade
internacional.
Diversos projetos tramitam na Câmara propondo os reajustes.
A proposta para os servidores é de mais de 50% de aumento em seus salários. Já
para os ministros do STF duas propostas tramitam na Casa: uma que eleva os
vencimentos dos atuais R$ 26.723,13 para R$ 30.675,48 e outro que prevê mais
4,8% de reajuste.
Além dos R$ 2 bilhões, a CCJ também aprovou outros R$ 50
milhões para ações de modernização e instalações físicas da Justiça do
Trabalho, R$ 100 milhões para projetos de implantação de varas federais e R$
180 milhões para o fundo partidário.
A CCJ da Câmara é comandada pelo deputado João Paulo Cunha
(PT-SP), réu no processo do "mensalão".